sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Balanço e posicionamento político do PPS paulistano

Durante o Congresso Municipal do PPS, neste sábado, 9 de novembro, será renovada a direção do partido na cidade de São Paulo, apresentado o balanço das ações partidárias destes últimos anos, projetadas as nossas estratégias para as eleições de 2014 e reafirmado o nosso posicionamento político.

O tema dos Congressos deste ano é "Uma Nova Agenda para o Brasil: Nova Política, Nova Economia, Novo Governo". O Congresso Estadual do PPS de São Paulo está marcado para domingo, 24 de novembro, na Assembleia Legislativa. O Congresso Nacional também será realizado em São Paulo, nos dias 6, 7 e 8 de dezembro.

O Congresso Municipal do PPS paulistano conclui mais um ciclo desta direção coletiva implantada de forma acertada, sensata e equilibrada, que vem constantemente se renovando, incorporando novas forças e consolidando o crescimento quantitativo e qualitativo do partido na cidade de São Paulo.

Com esta ação efetiva da direção municipal, deu-se um novo perfil para o PPS paulistano, que vem repetindo há 12 anos, ou há quatro legislaturas (desde 2000) a eleição de dois vereadores, mesmo diante da crise político-partidária que atinge não apenas o PPS, mas sobretudo o nosso partido por se manter firme na oposição ao PT (primeiro na administração municipal, com a gestão desastrosa de Marta Suplicy; depois, no governo federal, desde 2004, no rompimento com o governo Lula; oposição que se mantém às gestões do prefeito Fernando Haddad e da presidente Dilma Roussef).

Foi para garantir este novo perfil do PPS, como alternativa viável de poder na cidade e no país, que em 2007 filiamos a então vereadora Soninha Francine (ex-PT), lançando a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2008 e 2012. Esta iniciativa estimulou a militância partidária e foi decisiva para reposicionar o PPS no cenário político municipal, além de possibilitar a construção de chapas competitivas de candidatos a vereador.

Propiciamos assim a reintrodução do PPS como protagonista no debate sobre a cidade de São Paulo, resgatando princípios e ideais que anteciparam a chamada "nova política", posteriormente reivindicada pelos movimentos nas redes e nas ruas, para construir um programa de governo alternativo ao dos outros partidos e verdadeiramente identificado com os cidadãos paulistanos, reaproximando o PPS das demandas populares e sociais.

Resultados eleitorais

Nas eleições de 2012, o empresário Ricardo Young (42.098 votos) e o advogado Ari Friedenbach (22.597 votos) foram eleitos vereadores pelo PPS. Ambos ocupam pela primeira vez um cargo eletivo e fazem parte dos 40% de novatos na Câmara Municipal de São Paulo (22 dos 55 vereadores da última legislatura não foram reeleitos). 

Por uma diferença de apenas 436 votos, o até então líder do PPS, professor Claudio Fonseca (22.161 votos), que teve um mandato exemplar, ficou como 1º suplente da bancada.

A Coligação "Um Sinal Verde para São Paulo" obteve 223.422 votos (ou 3,91% do total), sendo 213.356 votos do PPS e 10.066 votos do PMN.

Em 2008, a chapa de vereadores do PPS recebeu 216.873 votos no total, sendo 155.201 votos nominais e 61.672 votos de legenda. Em 2012, o voto de legenda caiu para 27.085 - efeito da "desidratação" da candidatura majoritária de Soninha Francine, causada em grande parte pelo "voto útil" dos eleitores (não fiéis, mas simpatizantes) dos dois pólos (petistas e tucanos), que desejavam votar em Soninha mas acabaram optando pelo "mal menor", para evitar a chegada de Celso Russomanno (PRB) ao segundo turno.

Na sua primeira eleição majoritária, em 2008, a candidata do PPS obteve 266.978 votos para a Prefeitura de São Paulo, ou 4,19% dos votos válidos. Em 2012 foram 162.384 (ou 2.65%), efeito do "voto útil". Todas as pesquisas de intenção de voto mostravam Soninha com pelo menos 5% dos votos válidos. Porém, com o empate apontado entre as candidaturas de Serra (PSDB), Haddad (PT) e Russomanno (PRB), parcela considerável do voto em Soninha acabou migrando no dia da eleição para o petista ou para o tucano.

Na eleição de 2004, quando o PPS não lançou candidatura própria e integrou a coligação que elegeu José Serra prefeito e Gilberto Kassab vice, obteve 250.792 votos na sua chapa própria para vereador (somados os 244.373 votos nominais com os 6.419 votos de legenda), ou 4,2% dos votos válidos.

Em 2000, o PPS paulistano obteve 173.778 votos (somando os 7.825 votos de legenda com os 165.953 votos nominais), ou 3,2% dos votos válidos. Havia lançado o então deputado Emerson Kapaz (PPS) como vice de Luiza Erundina (PSB), candidata à Prefeitura.

A votação de 2000 foi 10 vezes maior que a obtida na eleição anterior, em 1996. Na ocasião, os quatros candidatos a vereador lançados pelo PPS (na coligação com o PT) conquistaram cerca de 17 mil votos, somados aos votos que a legenda recebeu.

Ou seja, nas quatro últimas eleições (2000, 2004, 2008 e 2012) o PPS vem elegendo uma bancada com dois vereadores e praticamente "fidelizando" uma parcela significativa de votos do eleitorado paulistano. Porém, um problema que também vem se repetindo, infelizmente, é a desfiliação de vereadores que precisaram dos votos do PPS para se eleger e pulam para partidos da base governista, incentivados pelo prefeito da ocasião.

Essa infidelidade de vereadores do PPS se deu em 2003, quando os dois vereadores eleitos em 2000, Raul Cortez e Roger Lin se transferiram para partidos da base de Marta Suplicy, respectivamente o PDT e o PR; em 2011, quando o Dr. Milton Ferreira (eleito pelo PPS em 2008) migrou para o PSD de Gilberto Kassab; e agora, em outubro de 2013, quando Ari Friedenbach se filiou ao PROS, em manobra condenável do prefeito Fernando Haddad para cooptar nomes da oposição.

Participação do PPS no Governo e nas eleições

O PPS atua declaradamente na oposição à gestão do prefeito Fernando Haddad, denunciando uma administração caótica e sem planejamento, com ações desastradas como o aumento abusivo do IPTU, a conturbada suspensão da inspeção veicular e escândalos de corrupção, entre outros desmandos e confusões (vide os 20 centavos no aumento da tarifa de ônibus, que gerou as já históricas manifestações de junho).

De 2005 a 2012, o PPS participou do governo municipal desde a eleição do prefeito José Serra (PSDB) e posteriormente com a continuidade da gestão, na eleição do até então vice-prefeito Gilberto Kassab (ainda no DEM). Houve um desligamento do PPS da administração em 2011, quando Kassab priorizou, em vez da administração da cidade, a criação do seu novo partido, o PSD, para aderir ao governo Dilma.

O PPS também integra o governo estadual (participou em 2010 da coligação que elegeu Geraldo Alckmin, como já havia participado em 2006 da eleição de Serra; antes disso, pertencia à base de sustentação da primeira administração de Alckmin, assim como de seu antecessor, o governador Mário Covas), reforçando o único pólo de resistência à ânsia petista pelo poder.

É importante para o PPS reafirmar-se programática e ideologicamente como um partido democrático de esquerda, composto em grande parte por uma nova geração de políticos éticos e comprometidos com a busca de novos caminhos para o desenvolvimento econômico, político e social do Brasil.

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