quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"Padrão Fifa": Tragédias não ocorrem por acaso


Onde estava o prefeito Fernando Haddad quando dois operários morreram ontem nessa obra acelerada do Corinthians, em ritmo frenético para cumprir o "padrão Fifa" e, após uma série de privilégios e incentivos estatais, poder abrir a Copa do Mundo de 2014? Estava em Paris, assistindo a cidade de São Paulo ser desqualificada e perder para Dubai a escolha para a sede da Expo 2020.

Não se trata de azar do prefeito. É incompetência administrativa, mesmo. Não que a tragédia fosse anunciada, mas essas mortes não ocorrem por acaso. São previsíveis e são recorrentes nas obras da Copa. Pior, outras mortes já ocorreram na cidade de São Paulo, como os 10 operários mortos em São Mateus, for falha na fiscalização - essa mesma jogada na lama da corrupção por sucessivas administrações.

O prefeito estar ausente também não chega a ser uma novidade. Já fugiu num helicóptero da PM, em junho, no dia em que manifestantes cercaram a Prefeitura. Já foi passar férias na Itália apenas nove meses após sua posse, depois de deixar programada na Câmara a bomba-relógio do aumento abusivo do IPTU. E nunca aparece para dar satisfação dos problemas da metrópole, a não ser com discursos ensaiados e preparados pelos marqueteiros de plantão.

Agora as "autoridades" (o prefeito Haddad, a presidente Dilma, a empreiteira Odebrecht, os velhinhos mercenários da Fifa) se dizem "chocadas" e surgem para "lamentar a tragédia". Como se não fossem todos elos de uma mesma corrente de abusos e absurdos cometidos no país, por ação irresponsável ou omissão criminosa dos nossos governos.

Conclusão: a tragédia que leva a essas mortes tem causa eleitoral. A cidade elegeu um prefeito medíocre. O país está há 11 anos nas mãos dos (des)governos do PT. O povo foi para a rua pedir "padrão Fifa" também nos hospitais, nas escolas, nos transportes, e não apenas nos estádios. Mas os atuais inquilinos do poder se julgam acima do bem e do mal. Agora não adianta lamentar. Devemos cobrar providências. Precisamos fiscalizar o poder público. Temos que votar melhor.

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