segunda-feira, 10 de junho de 2013

Os números que começam a preocupar o PT

O PT realiza periodicamente levantamentos sobre a aprovação de seus governos e já tinha apurado uma tendência de baixa, que agora foi confirmada pelo Datafolha: tanto a presidente Dilma Roussef quanto o prefeito Fernando Haddad, as duas principais vitrines petistas, apresentam queda de popularidade. Pior: o "sonho de consumo" do PT, o Governo do Estado de São Paulo, parece cada vez mais distante.

É óbvio que ainda é muito cedo para qualquer sentença definitiva, pois há incontáveis fatores objetivos e subjetivos que vão pesar na escolha do eleitor até outubro de 2014. Porém, começa a acender a luz amarela para a cúpula petista. Se é verdade que Dilma ainda lidera com folga, à caminho da reeleição, e Haddad ainda é muito bem avaliado nos primeiros cinco meses de gestão paulistana,  também é visível que ambos já deixaram de ter a aprovação quase unânime que tiveram há algum tempo.

Por outro lado, o governador Geraldo Alckmin desponta como franco favorito para vencer a eleição paulista no primeiro turno contra todos os candidatos colocados: pelo PT, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; ou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Até o nome de Lula, a "arma secreta" cogitada pelos petistas para conquistar pela primeira vez o Governo do Estado, seria derrotado hoje com folga pelo governador tucano, segundo o Datafolha.

Também as candidaturas-satélites da base do PT, Paulo Skaf (PMDB) e Gilberto Kassab (PSD), que intensificaram nos últimos meses as críticas ao governo do Estado, parecem não representar qualquer ameaça à reeleição de Geraldo Alckmin, mantendo o PSDB e seus aliados há 20 anos no poder - com expectativa de pelo menos mais quatro anos.

Na avaliação do paulistano sobre Haddad, a impressão que se tem é de continuísmo da gestão Kassab. Não há nenhuma ação efetiva que demonstre, como foi prometido na campanha eleitoral de 2012, o "novo" modelo de governar do PT. Ao contrário, em vez do "novo" Haddad, a sensação é de Kassab "de novo". Não por acaso, a base governista é a mesma, assim como métodos, práticas e conceitos de gestão.

Identificado o problema pela cúpula petista, não surpreenderá se nas próximas semanas tanto Dilma quanto Haddad intensificarem os gastos com publicidade e abrirem os cofres públicos para ações pontuais de marketing, "inventando" novos programas e ações midiáticas. Veremos...

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