O PT realiza periodicamente levantamentos sobre a aprovação de seus governos
e já tinha apurado uma tendência de baixa, que agora foi confirmada pelo
Datafolha: tanto a presidente Dilma Roussef quanto o
prefeito Fernando Haddad, as duas principais vitrines petistas,
apresentam queda de popularidade. Pior: o "sonho de consumo" do PT, o Governo do
Estado de São Paulo, parece cada vez mais distante.
É óbvio que ainda é muito cedo para qualquer sentença definitiva, pois
há incontáveis fatores objetivos e subjetivos que vão pesar na escolha do
eleitor até outubro de 2014. Porém, começa a acender a luz amarela para a cúpula
petista. Se é verdade que Dilma ainda lidera com folga, à
caminho da reeleição, e Haddad ainda é muito bem avaliado nos
primeiros cinco meses de gestão paulistana, também é visível que ambos já
deixaram de ter a aprovação quase unânime que tiveram há algum tempo.
Por outro lado, o governador Geraldo Alckmin desponta como
franco favorito para vencer a eleição paulista no primeiro turno contra todos os
candidatos colocados: pelo PT, o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha; o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo; ou o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante. Até o nome de Lula, a "arma secreta"
cogitada pelos petistas para conquistar pela primeira vez o Governo do Estado,
seria derrotado hoje com folga pelo governador tucano, segundo o
Datafolha.
Também as candidaturas-satélites da base do PT, Paulo Skaf
(PMDB) e Gilberto Kassab (PSD), que intensificaram nos últimos
meses as críticas ao governo do Estado, parecem não representar qualquer ameaça
à reeleição de Geraldo Alckmin, mantendo o PSDB e seus aliados
há 20 anos no poder - com expectativa de pelo menos mais quatro anos.
Na avaliação do paulistano sobre Haddad, a impressão que se
tem é de continuísmo da gestão Kassab. Não há nenhuma ação
efetiva que demonstre, como foi prometido na campanha eleitoral de 2012, o
"novo" modelo de governar do PT. Ao contrário, em vez do "novo"
Haddad, a sensação é de Kassab "de novo". Não
por acaso, a base governista é a mesma, assim como métodos, práticas e conceitos
de gestão.
Identificado o problema pela cúpula petista, não surpreenderá se nas próximas
semanas tanto Dilma quanto Haddad
intensificarem os gastos com publicidade e abrirem os cofres públicos para ações
pontuais de marketing, "inventando" novos programas e ações midiáticas.
Veremos...
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