PPS faz 20 anos em 2012; e 90 anos da trajetória PCB/PPS
Fazer política não é tarefa das mais fáceis, tamanha a quantidade de escândalos e o índice de incredulidade - ou verdadeira ojeriza - da população. Mas os políticos não são todos iguais: uns tratam a política como balcão de negócios, outros a vêem como instrumento legítimo da mediação de conflitos e interesses da sociedade.
Imagine, então, a dificuldade de se fazer política num partido considerado pequeno, que preza a ética, a coerência, o bom senso e a transparência. Um partido que tem a coragem de se declarar oposição a um governo federal incensado por índices de aprovação altíssimos, talvez "como nunca antes na história deste país".
O PPS vive um momento único. Peguemos o exemplo de São Paulo - que, modéstia à parte, serve de referência para todo o país. Há uma direção coesa: o diretório municipal presidido por Carlos Fernandes, o estadual por Davi Zaia e o nacional por Roberto Freire mantêm a unidade sem perder sua autonomia.
Eleição de 2012
A candidatura de Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo - com índices de intenção de votos de 7% a 11% no Datafolha e no Ibope; a construção de uma chapa completa à Câmara Municipal, preenchendo a cota de homens e mulheres; a atuação destacada de seus parlamentares; a participação firme e irretocável de seus representantes no Executivo - são fatores que comprovam os acertos na condução do partido.
Porém, como era de se esperar, não existe unanimidade na democracia: há vozes dissonantes que questionam alguns posicionamentos do PPS. De um lado, criticam a oposição sistemática do PPS ao que se convencionou chamar de lulopetismo: os governos de Lula e Dilma, e a coalizão fisiológica de partidos que loteiam a máquina pública. Há um certo incômodo com o papel oposicionista do PPS, que acaba sendo identificado por críticos (e até por aliados) como linha auxiliar do PSDB.
Por outro lado, causa rebuliço quando o PPS busca se afirmar como alternativa à polarização PT x PSDB - seja na construção de candidatura própria ou na busca de aliança com outros partidos, lideranças e segmentos sociais. O burburinho aumentou com o artigo "Um Sinal Verde para São Paulo", publicado na Folha.
Chegam "recados" de todos os lados (ou, na verdade, de um lado só), como se reafirmar a independência do PPS fosse um pecado mortal: "É um absurdo que o PPS se declare equidistante do PT e do PSDB!"; "Como comparar petistas e tucanos?"; "O PPS não entende que é importante impedir que o PT se instale também em São Paulo, nessa tática sectária e hegemonista?".
Pois vamos esclarecer o nosso posicionamento, nas palavras do presidente do PPS paulistano, Carlos Fernandes:
Em primeiro lugar, o PPS de São Paulo vem cumprindo à risca as deliberações das direções nacional, estadual e municipal. Ao apresentar a candidatura de Soninha Francine à Prefeitura, reafirmamos e valorizamos o PPS (como já fizemos em 2008), e temos como resposta da sociedade para a nossa proposta índices de 7% a 11% de intenção de votos no Datafolha e no Ibope - o que coloca a nossa candidata com o melhor desempenho do partido em todo o país.
Estamos reunindo semanalmente a nossa militância e os nossos mais de 100 pré-candidatos a vereador. Temos uma direção unida, madura, representativa das forças que atuam politicamente no partido e na cidade. A posição do PPS e o nosso peso político vêm sendo destacados na imprensa exatamente por causa da nossa atuação coerente, consistente e pela viabilidade da nossa candidatura própria.
Não parece ser o caso, nesta eleição paulistana, da urgência de se formar uma frente ampla para preservar as instituições democráticas da "ameaça petista". Se fosse o caso, o PPS teria também a maturidade e sensibilidade suficiente para tal proposta.
Os companheiros que entenderem que o PPS de São Paulo não está agindo de acordo com os rumos apontados em nossos congressos, ou de forma equivocada diante da conjuntura política, podem sempre apresentar uma proposta alternativa e obter o apoio do conjunto partidário para mudar o que estamos propondo. Do contrário, fica apenas na avacalhação - o que não acrescenta nada ao PPS ou à cidade.
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