Comerciante acusa vereador Adilson Amadeu (PTB) de agressão.
Do G1
Veja aqui a íntegra do vídeo e aqui a resposta do vereador.
Um vídeo gravado na tarde de quarta-feira (15) durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de São Paulo mostra o momento em que o vereador Adilson Amadeu (PTB) discute com o vice-presidente da Comissão dos Comerciantes da Feira da Madrugada Pátio Pari, Osvaldo Aparecido de Jesus, e tenta agredi-lo. O camelô registrou o boletim de ocorrência de lesão corporal no 1º Distrito Policial, na Sé.
Em entrevista ao G1, o comerciante, que também é estudante do último ano de direito, diz que se sentiu “lesado, ofendido e humilhado”. “Mais do que a agressão física, foi a moral. Fui desmoralizado na frente de uma plateia lotada. Ele não deu um tapa em mim, foi na categoria, nesse povo que acorda às 2h, que não está sendo respeitado”, afirma. Ele diz ter levado um tapa na região do olho esquerdo, que, segundo o camelô, ficou “um pouco vermelho”.
No vídeo, é possível ver o momento em que o vereador deixa a mesa que presidia a reunião. Segundo o comerciante, ele apenas saudou o vereador. “Para de falar de mim. Você está falando demais”, responde Amadeu, antes de ter início a confusão.
O vídeo mostra o vereador erguendo o braço em direção ao homem, mas não registra a agressão em si.
O camelô diz que irá representar contra o vereador. “Eu já perdoei [o vereador], meu coração não tem mágoa, mas eu vou procurar a Justiça. Ele vai ter que entender que tem que agir com bom senso”, diz.
Em declaração ao G1, na quarta-feira, o vereador negou veementemente ter dado o soco. "Eu tenho 1,85 metro e 105 kg. Se eu desse um soco nele, ele estaria intacto? Ele está mentindo. Ele que prove", afirmou o vereador.
Segundo Amadeu, durante a reunião, integrantes da Comissão de Comerciantes da Feira da Madrugada o provocaram porque ele tem questionado o fato de o grupo ter espaço reservado dentro da sala da administração da Feira da Madrugada, onde deviam trabalhar apenas servidores municipais. Ele disse que na saída do recinto foi novamente agredido verbalmente. "Disse para ele: 'Não repita isso'. O pessoal me empurrou para cima dele", afirmou Amadeu.
O comerciante contesta. Ele afirma que naquela sessão não houve provocação. "Em outro momento, eu questionei um ofício que ele encaminhou para a Prefeitura, questionando o funcionamento de alguns boxes na Feira da Madrugada." Ele também nega que os camelôs tivessem provocado tumulto na saída do vereador. “Nós éramos muitos na Câmara e poderíamos ter reagido. Nós não fizemos."
O G1 procurou o vereador novamente nesta quinta-feira (16), mas ele não quis falar sobre o vídeo. De acordo com a sua assessoria, ele e o comerciante que o acusa de agressão se conhecem desde o tempo em que o vereador era o presidente da Comissão da Feira da Madrugada. O vereador deve entrar com uma queixa crime contra o comerciante devido a declarações dadas à impresa relativas às divergências sobre o comércio no Pátio do Pari. Segundo a assessoria, para Amadeu, o "caso está encerrado".