Em sete horas choveu o equivalente ao que chove em sete dias, nesta época do ano. São Paulo parou. Encheu. Encharcou. Foram 44 pontos de alagamento em avenidas e corredores importantes. Há 480 áreas de risco de deslizamento apenas na Capital.
Por isso, cada vez mais gente começa a dar atenção quando o PPS vem discutir questões como mobilidade urbana e reconfiguração do território. O que parecia um discurso "alternativo" de Soninha Francine torna-se rapidamente uma urgência para o caos paulista e paulistano.
Mortes reproduzem em São Paulo, diariamente, pequenas tragédias da enorme catástrofe ocorrida no Haiti. Porém, aqui - diferente do país abalado pelo terremoto - a tragédia é previsível, anunciada.
Ações humanitárias devem também fazer parte do cronograma de obras da administração pública. Um governo federal que deposita tanta esperança em obras e parece ter dinheiro sobrando, deveria lançar outro PAC mais oportuno: um Programa Anti-Chuvas.
Ocupações irregulares, impermeabilização do solo, descaso com obras de drenagem e desassoreamento, despejo de lixo e entulho, falha na varrição de ruas e na limpeza de bueiros e bocas de lobo, poluição, degradação do meio ambiente, falta de planejamento de ações antienchente. Tudo isso contribui para o caos. Mas não é só.
Medidas impopulares devem ser debatidas e a sua implantação discutida se for o melhor para a coletividade. Pedágio urbano, rodízio de veículos, restrição ao horário de circulação de caminhões: são muitas vezes assuntos impopulares, mas necessários para uma metrópole que vai parando aos poucos e, numa situação limite como a desta quinta-feira, pára literalmente.
O PPS não tem a solução pronta e acabada para todos os problemas. Mas tem o diagnóstico e a vontade de melhorar. Estamos em ano eleitoral. O debate está aberto, um programa de governo está em execução. Que cada cidadão se manifeste e divida esta responsabilidade que é de todos.