sexta-feira, 2 de março de 2012

Artigo na Folha: "Um sinal verde para São Paulo"

Maurício Huertas e Carlos Fernandes

O comportamento pendular do prefeito Gilberto Kassab, entre PT e PSDB, demonstrou uma coisa óbvia: ambos não têm muita diferença. Precisamos fugir desta lógica da biruta de aeroporto, que se move com o vento.

Em todas as pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo, percebe-se a saturação do eleitor com os candidatos da polarização entre PT e PSDB. Trata-se do cenário ideal para a construção de uma terceira via.

Nem PT, nem PSDB. Que venha a eleição de 2012 com um "sinal verde" para São Paulo, que é a síntese da proposta do PPS por uma cidade sustentável, em torno da candidatura de Soninha Francine. Não poderia haver simbologia melhor para a metrópole que não pode parar.

Sinal verde para a "nova política" que pede passagem. Sinal verde para a cidadania, para o trânsito, para o transporte alternativo, para a saúde, para a educação, para a segurança, para o esporte e para o lazer.

Sinal verde para a qualidade de vida, para a diversidade, para a ética, para a transparência, para a decência na política. Verde do meio ambiente e da sustentabilidade.

O PPS e todos os seus candidatos às eleições municipais de 2012 já se comprometeram com o programa Cidades Sustentáveis, iniciativa pioneira da Rede Nossa São Paulo e do Instituto Ethos, com o objetivo de que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente equilibrada.

Sabemos que as pesquisas eleitorais são um retrato momentâneo e mutável, mas não deixa de ser relevante que Soninha tenha mais votos, até aqui, que os nomes do PT e do PSDB somados. Lidera entre os eleitores com nível superior e está embolada em primeiro lugar na chamada classe média. Isso não é notícia?

Considerando esses 11% de intenção de votos em Soninha, apurados pelo Datafolha, e o resultado da eleição presidencial de 2010, quando Marina Silva obteve 20 milhões de votos (alheios à polarização entre PT e PSDB), temos o diagnóstico do problema e o prognóstico da cura: o eleitor procura uma alternativa concreta e viável para uma cidade mais inteligente e mais feliz. Ninguém quer mais do mesmo.

Não por acaso, o PPS fez uma carta aberta a Marina Silva e aos chamados "marineiros", reforçando a importância dessa terceira via para São Paulo e para o Brasil.

O partido consolidou tal proposta com a filiação de expoentes do movimento Nova Política, como o empresário Ricardo Young, ex-candidato ao Senado em 2010 que recebeu 4 milhões de votos e que disputará uma cadeira de vereador pelo PPS em 2012.

Entendemos, portanto, que, para concretizar a proposta desse "sinal verde" para São Paulo, será essencial somar esforços e agregar o máximo de gente bem intencionada e disposta a transformar para melhor a cidade e o país.

Isto significa, objetivamente, apresentar uma candidatura própria à prefeitura e uma chapa competitiva à Câmara Municipal, equidistante de PT e PSDB e diferente de tudo que ambos têm representado de nocivo e de mesmice para a política.

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS, 40, jornalista, secretário de Comunicação do PPS, é coordenador da pré-campanha de Soninha à Prefeitura de São Paulo

CARLOS FERNANDES, 50, ex-subprefeito da Lapa (2010/2011), é presidente do PPS paulistano.


(Artigo publicado na Folha de S. Paulo de sexta-feira, 2 de março de 2012, pág. 3, Tendências / Debates)