Foram feitas, de acordo com o jornalista, 10.500 entrevistas por meio de telefones fixos e celulares, atingindo eleitores de 349 cidades em todas as regiões do país, de 25 a 31 de maio.
Não vamos debater aqui a subjetividade desses levantamentos. Porém, seus resultados merecem comentário. O boçal Jair Bolsonaro (PSL) na liderança não é novidade. Mas agora ele desponta com mais que o dobro do segundo colocado - este, sim, um fato novo: Ciro Gomes (PDT), distanciado dos demais. Em terceiro aparece outra estranheza: Fernando Haddad (PT), num cenário embolado mas ainda assim à frente do pelotão "centrista" com Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos).
Parece que a conclusão mais óbvia é que a eleição estará resumida mesmo a esses nomes, com Lula inelegível e Bolsonaro se mantendo num patamar seguro para levá-lo ao 2º turno. Pior: em todas as projeções, por enquanto, ele ganha a eleição. Trágico.
A pesquisa se esforça ainda para mostrar que o nome de João Doria no lugar de Alckmin como presidenciável tucano não iria alterar o cenário. Ou seja, a solução deve ser buscada com o que está aí, sendo que todas as demais candidaturas deverão mesmo ter um papel meramente coadjuvante.
Talvez a lição mais evidente seja que todos os nomes que estejam entre um extremo e outro, da direita bolsonarista à esquerda petista e agregada, precisam dialogar e buscar denominadores comuns para não entregarem de bandeja a Presidência da República para Bolsonaro, nem cristalizar uma situação em que sejamos obrigados a escolher o "menos pior" nesse eventual 2º turno (e aí parece que a candidatura que merecer a benção do lulismo, seja Ciro ou Haddad, ganhará impulso suficiente num cenário em que 20% dos votos bastariam para chegar lá).
Ou seja, é hora de agir. Antes que seja tarde.