Afinal, em sã consciência, quem marcaria no cartão de apostas da Caixa Econômica Federal essa sequência absolutamente improvável de dezenas sorteadas no concurso 2052 da Mega, realizado lá em Campina Grande, na Paraíba: 50, 51, 56, 57, 58 e 59?
A probabilidade de cravar os seis números da Mega-Sena é, cientificamente, uma em 50 milhões. Pois não é que 4 apostadores sortudos ficaram milionários neste sábado, 23 de junho, véspera de São João, exatamente com essa combinação incrível: um de Salvador (BA), um de Maranguape (CE), um de Marabá (PA) e um de Canoas (RS). Cada um faturou quase R$ 10 milhões.
Na política também já conhecemos muitos homens de sorte: por exemplo, o finado deputado João Alves, alagoano radicado eleitoralmente na Bahia, denunciado lá nos idos dos anos 90 como um dos "anões do orçamento", como ficaram nacionalmente conhecidos os envolvidos neste caso que foi um dos primeiros escândalos de políticos investigados por desvio de dinheiro público. A explicação para a fortuna do deputado? Muita sorte, é claro! Ele justificou simplesmente ter ganhado dezenas de vezes na loteria. Como não acreditar?
Aliás, se por um desses lances do destino algum jornalista destemido, promotor curioso ou delegado federal cioso da sua profissão resolver apostar numa investigação em cima desses afortunados e bem-aventurados, talvez até dê alguma sorte, não é mesmo?