Assista uma entrevista exclusiva do líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos. Filósofo de formação, professor e psicanalista, ele está lançando o livro "De que lado você está? - Reflexões sobre a conjuntura política e urbana no Brasil" (Editora Boitempo), que pretende ser “uma obra de intervenção, que propõe saídas à esquerda para os desafios que a explosiva conjuntura brasileira nos oferece”.
A TVFAP.net acompanhou a noite de autógrafos na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, e Guilherme Boulos falou com exclusividade para o #ProgramaDiferente sobre o livro, a política, os movimentos sociais, a crise do governo Dilma e do PT, a forma de atuação do MTST e até de questões internacionais, como o modelo cubano e o fim do embargo norte-americano.
Para o autor, as cidades “tornaram-se barris de pólvora, prestes a explodir.” Assim, o livro se divide em três partes: “Barril de pólvora”, com textos sobre questões urbanas; “Estopins”, sobre questões políticas; e “Artilharia”, centrada na crítica de expoentes da conjuntura brasileira atual, entre eles o jornalista Reinaldo Azevedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o ministro do STF, Gilmar Mendes.
Para o autor, as cidades “tornaram-se barris de pólvora, prestes a explodir.” Assim, o livro se divide em três partes: “Barril de pólvora”, com textos sobre questões urbanas; “Estopins”, sobre questões políticas; e “Artilharia”, centrada na crítica de expoentes da conjuntura brasileira atual, entre eles o jornalista Reinaldo Azevedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o ministro do STF, Gilmar Mendes.
Cada seção reúne artigos do autor publicados na imprensa, amarrados por ensaios inéditos. Tudo isso precedido por um longo ensaio introdutório em que Guilherme Boulos expõe sua visão geral da realidade sobre a qual se debruça e esclarece a articulação entre os textos: “Se falar de barril de pólvora, estopins e artilharia pode soar normal nos dias de hoje é porque vivemos um momento de conflagração, de crise de modelo. Essa crise é o fio-condutor que perpassa os artigos aqui reunidos”.
Fechando o livro está um posfácio do cientista político André Singer, sobre a trajetória de Guilherme Boulos. A orelha do livro é assinada pelo jornalista e blogueiro Leonardo Sakamoto, seu companheiro no programa "Havana Connection", que você lê a seguir:
"Com este livro, Guilherme Boulos não pretende ser amado. Muito menos lembrado com carinho, ou sequer fazer amigos.
Convenhamos: alguém que coordena ocupações de imóveis vazios voltados à especulação imobiliária, ocupações que despejam ratos e baratas e os substituem por seres humanos, não está preocupado em ser premiado em algum concurso de simpatia.
De que lado você está? é um livro que fomenta a dor inerente à desconstrução do preconceito e da cultura do comodismo, transmitidos por família, amigos, escola, igreja e mídia e absorvidos, bovinamente, por todos nós.
Como alerta o próprio autor, ele não pretende criar consensos, mas sim tomar partido no dissenso. Coisa que parcela significativa da esquerda parece ter esquecido.
Exatamente por isso, é um livro necessário. Ainda mais nestes tempos confusos, em que há muita certeza baseada em vento.
Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), é a liderança social mais importante do Brasil. A questão da qualidade de vida nas grandes cidades tornou-se o principal palco de disputa sobre o país que queremos e sobre como chegar até lá. E os sem-teto, que são o efeito colateral do “desenvolvimento” das últimas décadas, organizados ou não, juntam-se aos milhões.
Mas não é apenas por isso. Boulos mistura a legitimidade de quem vive o dia a dia de ocupações e despejos, a reflexão teórica e acadêmica de sua formação de filósofo e a didática de sua experiência como professor em artigos que usam também do sarcasmo e da ironia como armas para furar as barreiras que impedem a compreensão da realidade.
Em suma, você é atropelado e nem consegue anotar a placa do caminhão.
Seus textos, originalmente publicados na Folha de S.Paulo e agora reunidos aqui com alguns inéditos, colocam o dedo na cara dos donos do sistema de transporte público, mostram quem ganha com a crise da falta de água e reafirmam que a esquerda, apesar de seus críticos, não está morta. Pelo contrário, é mais necessária do que nunca. Precisa apenas retomar o caminho perdido.
A leitura deste livro é obrigatória para quem quer entender as forças e as ideias envolvidas na construção da realidade do Brasil de hoje. Porque Guilherme Boulos é um dos agentes dessa construção. Quer você goste ou não. (Leonardo Sakamoto)"
Convenhamos: alguém que coordena ocupações de imóveis vazios voltados à especulação imobiliária, ocupações que despejam ratos e baratas e os substituem por seres humanos, não está preocupado em ser premiado em algum concurso de simpatia.
De que lado você está? é um livro que fomenta a dor inerente à desconstrução do preconceito e da cultura do comodismo, transmitidos por família, amigos, escola, igreja e mídia e absorvidos, bovinamente, por todos nós.
Como alerta o próprio autor, ele não pretende criar consensos, mas sim tomar partido no dissenso. Coisa que parcela significativa da esquerda parece ter esquecido.
Exatamente por isso, é um livro necessário. Ainda mais nestes tempos confusos, em que há muita certeza baseada em vento.
Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), é a liderança social mais importante do Brasil. A questão da qualidade de vida nas grandes cidades tornou-se o principal palco de disputa sobre o país que queremos e sobre como chegar até lá. E os sem-teto, que são o efeito colateral do “desenvolvimento” das últimas décadas, organizados ou não, juntam-se aos milhões.
Mas não é apenas por isso. Boulos mistura a legitimidade de quem vive o dia a dia de ocupações e despejos, a reflexão teórica e acadêmica de sua formação de filósofo e a didática de sua experiência como professor em artigos que usam também do sarcasmo e da ironia como armas para furar as barreiras que impedem a compreensão da realidade.
Em suma, você é atropelado e nem consegue anotar a placa do caminhão.
Seus textos, originalmente publicados na Folha de S.Paulo e agora reunidos aqui com alguns inéditos, colocam o dedo na cara dos donos do sistema de transporte público, mostram quem ganha com a crise da falta de água e reafirmam que a esquerda, apesar de seus críticos, não está morta. Pelo contrário, é mais necessária do que nunca. Precisa apenas retomar o caminho perdido.
A leitura deste livro é obrigatória para quem quer entender as forças e as ideias envolvidas na construção da realidade do Brasil de hoje. Porque Guilherme Boulos é um dos agentes dessa construção. Quer você goste ou não. (Leonardo Sakamoto)"
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