Não que cause surpresa, até porque já se sabia que não daria em nada. Mas a forma como a Câmara Municipal tratou a denúncia acompanhada do pedido de impeachment do prefeito Fernando Haddad (PT), ambos formulados pelo deputado federal Major Olímpio (PDT), é emblemática do seu funcionamento.
Quem tem maioria faz qualquer coisa no parlamento paulistano. Formou-se a tal comissão para "avaliação" da denúncia. Nomeou-se um relator: o vereador Marcos Belizário (PV), sabidamente governista. O denunciante nem sequer foi ouvido. O que iria se esperar?
Só por coincidência, o PV será agraciado pelo prefeito Haddad com uma secretaria municipal. O escolhido é o deputado federal William Woo. Desta manobra resultará a posse do suplente na Câmara dos Deputados, José Luiz Penna, presidente nacional do Partido Verde.
Como coincidência pouca é bobagem, o PV acaba de desembarcar do projeto de candidatura da senadora e ex-prefeita Marta Suplicy (ex-PT), que já se coloca na oposição ao prefeito Haddad.
O PV, diga-se, foi governo também com José Serra e Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo, é governo com Geraldo Alckmin no Estado e via de regra vota com o governo Dilma (assim como apoiava Lula) no Congresso, liderado pelo deputado José Sarney Filho.
"Hay gobierno, soy a favor", parece ser o lema verde (com a honrosa exceção do vereador Gilberto Natalini, oposicionista declarado ao PT).
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