quarta-feira, 18 de junho de 2014

Câmara sob pressão do MTST trabalha na hora do jogo

Para quem reclama que a Câmara Municipal geralmente trabalha pouco, os vereadores paulistanos surpreenderam nesta terça-feira, 17 de junho, em pleno dia de jogo da seleção, e mantiveram a sessão até os 34 minutos do 1º tempo de Brasil x México.

Porém, a razão de tamanho empenho, nas palavras do líder do governo Haddad, vereador Arselino Tatto (PT), é bastante questionável: a necessidade, segundo ele, de cumprir o prazo determinado pelo MTST para atender suas reivindicações pró-moradia e legalizar as ocupações dos sem-teto em áreas na zona sul e na zona leste da cidade de São Paulo.

Ora, mas por que essa pressa toda? Sinal da fragilidade absoluta da gestão petista. Legitimar esse tipo de pressão e ameaça de um movimento organizado como este liderado por Guilherme Boulos, que prometeu colocar 15 mil manifestantes na frente da Câmara se os vereadores não atenderem rapidamente suas exigências, não parece ser o modo mais democrático e republicano de legislar.

Além de "furar a fila" de outros movimentos e cidadãos que aguardam há anos por moradias da Cohab e do CDHU, o MTST invadiu áreas de preservação de mananciais. A Câmara vai dar aval a esses métodos ilegais? É fácil prever entraves na Justiça.

Também na ocupação próxima ao Itaquerão, em terreno particular, há interesse econômico da proprietária para que a ocupação seja regularizada e essa própria empresa, além de receber indenização pela desapropriação da área (a ser declarada zona de interesse social), seja contratada para construir o empreendimento. Estranho, para dizer o mínimo. Coisas do PT.

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