(Publicado em Tendências/Debates da Folha de S. Paulo na internet)
Marcado pelo espírito suprapartidário e pelo
resgate do "sonho roubado", nasce em São Paulo um movimento das
forças vivas da sociedade, tanto através de lideranças organizadas quanto da
participação espontânea de cidadãos, para discutir os novos rumos que desejamos
para o Brasil.
É um reencontro de ícones de lutas
históricas, sensíveis às atuais manifestações e demandas populares, que buscam
juntos praticar uma "nova política" por uma sociedade sustentável (no
aspecto econômico, social e ambiental) e na defesa da ética, das instituições
democráticas e dos princípios republicanos.
Com o aval de suas direções, representantes
do PSB, da Rede e do PPS amplificam a aliança nacional em torno de Eduardo
Campos e Marina Silva com uma grande novidade: aderiu a esta "construção
programática" o Partido Verde, que apresenta as pré-candidaturas do médico
e ambientalista Eduardo Jorge à Presidência da República e do vereador Gilberto
Natalini ao Governo do Estado.
Representantes de outras legendas e fenômenos
sociais como os “rolezinhos” e o Passe Livre também se integram ao movimento. O
mesmo convite está formulado ao PSOL, com seus pré-candidatos à Presidência,
Randolfe Rodrigues, e ao Governo do Estado, Vladimir Safatle, e a todos que
pretendam debater diretrizes para inaugurar a era "pós-PT".
O diferencial deste bloco suprapartidário é
ir além do interesse eleitoral e da polarização tradicional da política. Acima
de nomes e siglas, que preservam sua autonomia e individualidade, estão
princípios que nos unem.
Se a imprensa busca um rótulo, talvez seja a
"esquerda democrática" se insurgindo contra o atual governo e a
oposição tradicional, pois ambos não nos representam nesta cômoda e vexatória
simbiose política das últimas duas décadas.
Da musa dos "rolezinhos", a menina
Yasmin Oliveira, com apenas 15 anos, mais de 120 mil seguidores nas redes
sociais e moradora da favela do Paraisópolis, à deputada federal e ex-prefeita
Luiza Erundina, passando pelos juristas Miguel Reale Júnior e Antonio Claudio
Mariz de Oliveira, o movimento vem crescendo e se consolidando.
É importante citar essa diversidade. Pelo
PSB, além de Erundina, participam o deputado federal e presidente estadual do
partido, Marcio França, o vereador Eliseu Gabriel, a professora Muna Zeyn, o
advogado Pedro Dallari e o deputado federal Walter Feldman, ex-PSDB e fundador
da Rede Sustentabilidade. Pela Rede, dirigentes como Célio Turino, Bazileu
Margarido, Marcela de Moraes, Mara Prado e João Paulo Capobianco. Pelo PPS, o
vereador Ricardo Young, os ex-vereadores Claudio Fonseca e Soninha Francine e o
presidente paulistano Carlos Fernandes. Pelo PV, Arnaldo Juste, Gilberto
Natalini e Eduardo Jorge. Entre outros.
O próximo ato será em 20 de março,
no Sindicato dos Engenheiros, com dois temas: "Crise Econômica",
apresentado pelo professor Eduardo Gianetti da Fonseca; e "Caos
Urbano", pelo engenheiro Lúcio Gregori, ex-secretário de Serviços e Obras
e de Transportes na gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1992) e idealizador
do projeto "Tarifa Zero".
É #SãoPauloEmMovimento para fazer
valer a nossa voz, nas redes, nas ruas e nas urnas.
Maurício Rudner Huertas, 42,
jornalista, é secretário de Comunicação do PPS, líder Raps (Rede de Ação
Política pela Sustentabilidade) e um dos organizadores do #SãoPauloEmMovimento
Leia também:
Como estimular a participação do jovem na política?
#SãoPauloEmMovimento terá ato em 20 de março