Segundo a cobertura oficial do site R7, responsável pela entrevista realizada nesta quinta-feira com a pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, "dois temas que sempre acompanham os debates envolvendo Soninha Francine dominaram a sabatina: a questão da legalização da maconha e a proximidade com o ex-governador de São Paulo e também pré-candidato a prefeito, José Serra."
Ora, mas em meia hora de sabatina, quem conduziu a entrevista para esse rumo foram os próprios jornalistas da Record News Heródoto Barbeiro, Ricardo Kostcho e Nirlando Beirão, além de Marco Antônio Araújo, do blog O Provocador, do R7.
Também jornalista, Soninha disse que considera “um desperdício” a repetição dos temas com que entrevistadores em geral a abordam.
"São assuntos que dificilmente têm relação com as propostas. Desperdício do tempo que eu queria ter pra falar dos problemas. Mas não tenho medo de responder até a morte sobre o Serra, aborto, maconha. É previsível. Não me surpreende nem atemoriza. As pessoas perguntam, eu respondo. Não vou deixar de ser como eu sou para não perder voto. As pessoas têm que votar em mim porque entenderam, acreditaram e confiaram. Senão, não faz diferença."
Entre as raras perguntas sobre plano de governo, Soninha pode falar de mobilidade urbana e do repovoamento do centro. "Nada será mais decisivo para a cidade que as pessoas começaram a morar em imóveis bem localizados", afirmou.
O transporte público também foi discutido. Soninha criticou a forma como foi implantado o atual rodízio de caminhões, lembrando que a restrição criou problemas para o abastecimento de mercadorias da cidade, e defendeu melhorias na operação de corredores de ônibus.
"Precisa melhorar a operação nos corredores de ônibus. Fazer o embarque e desembarque serem muito mais rápidos. O problema do ônibus hoje é ele ser imprevisível", enfatizou a pré-candidata.
Além de confirmar Lucas Albano (PMN) como seu vice, Soninha fez críticas à atual gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em São Paulo, de quem foi subprefeita da Lapa durante mais de um ano, entre 2009 e 2010. "O Kassab não é o meu modelo de político", disse Soninha.
Ao finalizar, Soninha disse que quer ser prefeita de São Paulo porque adora a cidade, mas se irrita com seus defeitos e acredita no papel do Estado para a transformação da capital paulista.
Opinião do Blog do PPS
Não se esperava outra coisa: como José Serra decidiu não comparecer à sabatina do R7 e da Record News, a bancada de entrevistadores composta de petistas declarados e simpatizantes passou mais tempo perguntando sobre o pré-candidato tucano do que propriamente sobre as ideias e propostas de Soninha Francine para a cidade de São Paulo. Freud explica.
Nesta sexta-feira, o sabatinado será o "menino dos olhos" de Lula e da torcida organizada contratada pela emissora do Bispo Edir Macedo, o ex-ministro Fernando Haddad, o candidato emPACado, que não sai dos inexpressivos 3% nas pesquisas ENEM empolga a militância petista (obrigada a "engolir" Soninha com mais que o dobro de votos de Haddad).
Se não bastasse, Haddad tenta se livrar das acusações sobre o "kit gay" e, para alegria do eleitorado mais conservador, engavetou até mesmo o discurso contra a homofobia - como se combater o preconceito e a intolerância pudesse lhe tirar ainda mais votos... Coisas deste PT pragmático que envergonha até Marta Suplicy e se esforça para agradar neoaliados como Collor, Sarney, Maluf e Valdemar Costa Neto.
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