Para a maioria das pessoas, é o tempo máximo tolerável. O fato é que, enquanto o presidente da Câmara, vereador Antonio Carlos Rodrigues, concedia entrevista nesta semana sobre o aumento do salário do prefeito e dos secretários municipais, os demais vereadores discutiam em plenário, numa algazarra incompreensível para quem desconhece o funcionamento do parlamento. No melhor estilo do Big Brother Brasil, vale uma espiadinha.
O que as câmeras não registram, porém, é a briga que ocorre nos bastidores. Há três forças internas na Câmara: a base governista (basicamente PSDB + DEM), a oposição (liderada pelo PT) e o Centrão, um conglomerado de partidos e interesses difusos que se unem na hora da barganha.
Já se discute a composição da Mesa Diretora para 2010. O presidente Antonio Carlos Rodrigues (do PR e líder maior do Centrão) vai provavelmente para o seu quarto mandato, quando o máximo que se permite é uma reeleição.
Em manobra não questionada por seus pares, Rodrigues elegeu-se em 2007 e reelegeu-se em 2008, nos dois últimos anos da legislatura de 2005 a 2008. Depois, já na legislatura de 2009 a 2012, repetiu a estratégia no primeiro biênio: elegeu-se em 2009 e deve se reeleger em 2010.
Enquanto PSDB e PT - as duas maiores bancadas em São Paulo - se desentendem na Câmara, o Centrão reina livre, leve e solto. Ruim para a política, péssimo para a cidade.
Vale um registro: o PPS, por meio dos vereadores Cláudio Fonseca e Milton Ferreira, foi o único partido a votar contra a eleição de Antonio Carlos Rodrigues em 2009 (assim como a então vereadora Soninha Francine já havia se posicionado em 2008).