O PV e o PSB são os partidos que fizeram os movimentos mais significativos para as eleições de 2010. Não que os outros não tenham feito nada, mas verdes e socialistas foram de fato os que conseguiram as transferências mais bombásticas.
O PV, que tinha no deputado Fernando Gabeira o nome de maior repercussão nacional e internacional, sobe um degrau com a filiação da senadora Marina Silva e de empresários como o dono da Natura, Guilherme Leal.
O tiro no pé do PV, porém, é que a eventual candidatura presidencial de Marina acaba com o forte palanque que Gabeira teria para o Governo do Rio, com PSDB, DEM e PPS. A saída deve ser o lançamento de Gabeira para o Senado - com uma eleição praticamente certa.
O PSB, satélite do PT, que tem em Ciro Gomes o seu maior homem-bomba, reforçou o exército brancaleone com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e com o vereador paulistano Gabriel Chalita, queridinho da Dona Lu Alckmin e do padre Fabio de Mello.
Empresário do setor têxtil, Skaf é aquele que nas últimas semanas tomou conta do horário nobre ancorando os comerciais do Sesi e do Senai, num gesto indicativo da ética peculiar do empresário e do abuso do poder econômico que podem ser a tônica de uma eventual campanha ao Governo de São Paulo. Burlou a legislação e se lançou malandramente para o público como um tocador de obras sociais.
Mas Chalita é quem mais surpreendeu. Destoando da imagem do bom moço, saiu do PSDB atirando. Criticou duramente José Serra e pulou para um partido de sustentação de Lula, que está dividido entre o lançamento de Ciro Gomes como Plano B governista ou o embarque direto no Plano A com Dilma Roussef. Resta avaliar se fez uma jogada de mestre ou só um movimento que vai lhe carimbar eternamente como vira-casaca.