O desabamento do teto da Igreja Renascer, na noite deste domingo, traz à pauta do dia o obscurantismo que é a proliferação desenfreada de igrejas na cidade. Não que seja um fenômeno exclusivamente paulistano, mas essas obras a toque de caixa causam um estranhamento em quem tem um mínimo de percepção e conhecimento da legislação.
Será que o poder público faz um acompanhamento rigoroso dessas construções, que geralmente são erguidas em imóveis visivelmente mal conservados, antigos cinemas e salões que viram igrejas da noite para o dia, como na parábola da multiplicação dos pães?
Será por acaso que na Câmara Municipal de São Paulo, assim como em outras casas legislativas do país, exista uma "bancada evangélica" atuando como um poder paralelo, garantindo privilégios e outras formas de driblar a lei por essas empresas anônimas de Deus, do código de obras à lei do silêncio, passando pelo zoneamento e pela fiscalização das subprefeituras?