quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PPS defende diálogo para a Paz no Oriente Médio

O líder da bancada do PPS na Câmara Municipal de São Paulo, vereador Claudio Fonseca, vai propor para o início do ano legislativo um Ato pela Paz no Oriente Médio. A direção nacional do partido já se manifestou pelo fim dos ataques entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza, defendendo o diálogo e a paz negociada.

Desde o final do ano, uma grande ofensiva israelense deixou mais de 600 mortos na região. As negociações de paz foram interrompidas e os ataques de lado a lado prosseguem. Os ataques, segundo Israel, foram uma resposta ao lançamento de foguetes por parte do Hamas e à violação da trégua na região, que acabou oficialmente no último dia 19.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, o PPS defende o fim dos bombardeios israelenses na faixa de Gaza, com retirada das tropas que invadiram o território palestino, assim como a abertura do diálogo para o fim do conflito.

O partido condena ainda o ataque a população civil dos dois lados e considera que a via militar não é a solução mais adequada para o processo de paz entre palestinos e israelenses.

Para o PPS, que a solução para o conflito no Oriente Médio é a de "DOIS ESTADOS PARA DOIS POVOS", conforme a determinação da ONU, de 1947, que contou com o apoio do Brasil.

Leia abaixo a íntegra da nota:

"Fim aos bombardeios e à invasão de Gaza e implantação de dois Estados para dois povos."

O Oriente Médio é uma área estratégica no plano econômico, geopolítico e militar e tem sido palco de disputas por hegemonia entre países da região bem como entre potências mundiais. É um fator de preocupação permanente em todo o planeta pelo arsenal bélico, inclusive nuclear, que ali se encontra, sempre propício a conflagrações sem controle político e diplomático.

Mas a via militar não está resolvendo mais nenhum conflito regional no mundo. No atual confronto, o exército de Israel promoveu intensos bombardeios e invadiu com milhares de soldados a faixa de Gaza para responder os ataques do grupo fundamentalista islâmico Hamas que, apesar de vencedor de uma eleição democrática na Palestina, insiste em lançar mísseis contra Israel e teima em não aceitar a existência legal do Estado israelense.

Em pouco mais de uma semana, esses bombardeios provocaram a morte de mais de 600 pessoas e ferimentos em cerca de 2.500, em sua maioria civis, entre eles idosos e crianças, colocando as populações sob o tacão do terror e da dor, situação que só faz aumentar a espiral de violência, ressentimento e ódio em ambos os lados da fronteira.

Não se pode deixar de mencionar o oportunismo de certos blocos políticos israelenses que pretendem obter vantagens eleitorais no próximo pleito parlamentar de fevereiro e que, inclusive, pretendem ampliar o próprio território, como já vêm fazendo com a implantação de assentamentos e a construção de um muro ao longo de toda uma linha imaginária, o que já foi condenado pela Suprema Corte de Israel.

O PPS clama pelo fim dos bombardeios com um cessar fogo imediato, a retirada das tropas israelitas que invadiram a faixa de Gaza, e conclama as forças do “campo da paz” palestinas, árabes e israelenses a retomar o diálogo e as negociações, com o auxílio de iniciativas internacionais as mais amplas possíveis, por uma paz justa e duradoura para os povos da região. Urge substituir a política da força pela força da política.

Além das razões humanísticas, impõe-se o fim do atual conflito pois ele leva ao fortalecimento de grupos fundamentalistas em todo o Oriente Médio, ao isolamento do Estado de Israel e da Autoridade Palestina, além de aprofundar as tensões e o fosso entre os dois povos irmãos, sobretudo afetando uma população civil democrática existente de ambos os lados que, há 60 anos, luta pela paz.

O PPS sempre defendeu e reitera que a solução para essa delicada questão encravada no Oriente Médio é a de "DOIS ESTADOS PARA DOIS POVOS", conforme a determinação da ONU, de 1947, que contou com o apoio do Brasil, tendo Jerusalém como capital única. Esta solução exige o reconhecimento do Estado de Israel na configuração anterior à Guerra dos Seis Dias de 1967 por todos os países, e a criação do Estado Palestino como previsto pela resolução da ONU e dentro do espírito dos Acordos de Genebra ou de iniciativa mais recente de paz proposta pela Arábia Saudita.

Brasília, 8 de janeiro de 2009

Roberto Freire
Presidente nacional do PPS