Se a candidata petista à sucessão de Lula for mesmo a ministra Dilma Roussef, como parece ser a preferência do próprio presidente, ela contará com um substancial reforço de 4 milhões de votos potenciais para 2010. Isso porque o Governo anunciou que pretende incluir mais 2,2 milhões de famílias no programa assistencialista que é o carro-chefe do lulismo.
O Ministério do Desenvolvimento Social detectou 2,2 milhões de famílias que não recebem o benefício do Bolsa Família apesar de reunirem todas as condições de perfil e de renda, revela reportagem de Eduardo Scolese, publicada hoje pela Folha.
A situação teria sido "descoberta" pelo próprio ministério após um pente-fino realizado no final do ano passado no Cadastro Único, banco de dados alimentado pelas prefeituras e que reúne famílias com renda per capita de até R$ 120. A inscrição nesse cadastro é o primeiro passo obrigatório para que famílias com renda de até meio salário mínimo possam acessar o benefício.
As famílias estão na "fila" e sem vaga para atendimento no principal programa de transferência de renda do governo federal, que hoje atende cerca de 11 milhões de famílias. O custo anual para incluí-las de uma vez no Bolsa Família é de R$ 2,2 bilhões, e não há previsão orçamentária para isso neste ano. Mas para o próximo ano, em plena campanha para a sucessão de Lula, essas famílias devem ser incluídas no Programa. Que beleza, hein?