sexta-feira, 28 de setembro de 2018

3, 2, 1... e Jair Bolsonaro: TCHIBUM! #EleNão

Faltando dez dias para a eleição, convenhamos que é muito difícil ver naufragar uma candidatura disparada em primeiro lugar e com tamanha intenção espontânea de voto. Mas que o staff do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) está se esforçando para fazer a campanha afundar, parece inegável!

O vice, os filhos, a ex-mulher, os dirigentes da sua legenda de aluguel, todos parecem adeptos do uso de armas com farta munição verborrágica, numa candidatura que está mais para "mico" do que para "mito", mas seguem disparando tiros nos pés.

A última do General Mourão, o homem-bomba instalado no posto de aspirante a vice-presidente, foi atacar o 13º salário e o adicional de férias dos trabalhadores, definidos por ele como "jabuticabas", ou "invenções de brasileiro" que, na opinião dele, deveriam ser erradicadas com uma reforma trabalhista. A bobagem dita foi tamanha que forçou o próprio Bolsonaro ir ao twitter para explicar que esses são direitos constitucionais, cláusulas pétreas, portanto atacar esses direitos, além de ofender quem trabalha, demonstra ignorância do vice.

Está difícil controlar os apoiadores do #EleNão. O vice já tinha se enrolado também ao comentar a suposta vocação para o crime de filhos criados por mães e avós. O filho reproduziu uma imagem de mau gosto, com uma indireta homofóbica, invertendo o contexto da crítica (que atacava Bolsonaro por ser apoiador de torturadores e acabou virando uma sugestão involuntária para torturar os próprios críticos). O "posto Ipiranga" da Economia sugere que os pobres paguem proporcionalmente tanto imposto quanto os ricos. A ex-mulher, que voltou a usar o sobrenome de casada e se lançou candidata a deputada na chapa do ex-marido, já fugiu do Brasil acusando Bolsonaro de ameaçá-la de morte. Eita!

Quem lembra da campanha à Prefeitura de São Paulo em 2012 sabe que o favoritismo do candidato Celso Russomanno se dissolveu (e ele perdeu a eleição para Fernando Haddad) depois de propor na TV que a tarifa de ônibus fosse cobrada por distância percorrida. Quer dizer, na prática o pobre da periferia pagaria muito mais caro pelo transporte para chegar em sua casa, distante do centro, do que os mais ricos ou moradores de bairros nobres e bem localizados.

As bobagens na campanha de Bolsonaro e o espírito antipetista arraigado na alma da maioria do eleitorado, que deixam evidente que Haddad não passa de um boneco de ventríloco do presidiário Lula, estão dando um fôlego extra às campanhas de Geraldo Alckmin, Marina Silva e Ciro Gomes nesta reta final. Serão dez dias, com mais uma semana de propaganda eleitoral e dois debates entre os presidenciáveis (na Record e na Globo), com emoção garantida!