segunda-feira, 27 de maio de 2019

Brasil: O que virá depois da onda bolsonarista?

Nosso sincero respeito aos brasileiros bem intencionados que saíram às ruas nas manifestações deste domingo, acreditando piamente que estavam ali para defender as reformas que o Brasil precisa (e que o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a fazer), uma política com mais ética e o pacote de segurança do ministro Sérgio Moro. Parece uma pauta justa.

Por outro lado, o nosso mais completo desprezo por aqueles que pregam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, defendem um golpe militar ou algo do tipo. Repudiamos inclusive os imbecis que perseguiram uma mulher pelo "crime" de vestir uma camiseta com o nome de Marielle Franco. "Marielle morreu, acabou, babaca!", foi uma das sentenças dos manifestantes bolsonaristas.

Não é possível que a maioria do eleitorado de Bolsonaro seja lunática, intolerante e antidemocrática. É provável que algumas pessoas não tenham percebido ainda que é incoerente defender uma "nova política" estando na linha de frente do bolsonarismo. Mas esse aprendizado virá com o tempo. A política é cíclica.

Já passamos recentemente por diversas ondas de iludidos (que se frustraram e voltaram à realidade): dos fiscais do Sarney nos anos 80 a essa nova direita que viu em Bolsonaro uma esperança, passando pela eleição de Collor, o caçador de marajás, em 1989, pelos efeitos do Plano Real na eleição e reeleição de FHC e depois pelas quatro vitórias consecutivas do petismo, com Lula e Dilma.

Todos surfaram em índices altíssimos de popularidade até, invariavelmente, morrerem na praia. Não será diferente com o bolsonarismo. O que precisamos, do lado de cá, aqui de fora dessa polarização entre os extremos mais radicais, é construir uma saída viável, sensata e equilibrada, que mantenha a normalidade democrática e institucional do País.

E que venham junto os que acordarem para a realidade, sejam ex-petistas ou ex-bolsonaristas. O Brasil agradece!