quinta-feira, 31 de março de 2016

Maluf pode ser a salvação na xepa de Dilma e Lula?


A presidente Dilma Rousseff já não esconde que, para salvar seu (des)governo do cada vez mais provável impeachment, pretende fazer uma liquidação de ministérios com a clientela que gosta de uma xepa: PP, PR, PSD e até o nanico PTN. Negócios no atacado e no varejo. Vale tudo no "saldão da Dilma".

Mas quem é quem nestes partidos escolhidos a dedo para salvar o presidencialismo de cooPTação? O PP é a sigla que tem no seu DNA (desde a Arena) o procurado internacional Paulo Maluf. Aquele que posou nos jardins da sua mansão afagando Haddad com Lula. Aquele que bate ponto na Câmara dos Deputados mas não pode botar o nariz fora do Brasil para não ser preso. Aquele que um dia foi o "inimigo nº 1" do petismo, virou hoje um dos principais salvadores petralhas (junto com o impichado Collor, vejam só, aquele outro da frase "O tempo é o senhor da razão...").

O PR é o partido do mensaleiro Valdemar Costa Neto e do deputado campeão de votos Tiririca ("seu delegado, prenda o Tadeu..."). Mas quem subiu na cadeia (ops!) de comando partidário, nesse xadrez (ui!) da legenda, após a cadeia (ou o xadrez) do Valdemar, foi Antonio Carlos Rodrigues. Atual ministro dos Transportes, ex-vereador paulistano, ex-chefão do "centrão" e ex-presidente por quatro mandatos consecutivos da Câmara Municipal de São Paulo. Mais que isso: é o primeiro suplente da senadora Marta Suplicy. Se ela for eleita prefeita, ele assume o Senado até 2018.

O PSD é a legenda do ex-prefeito e atual ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Ex-liberal convicto, foi outro que fez carreira política como anti-petista e hoje está na linha de frente da milícia governista. Acaba de filiar Andrea Matarazzo como pré-candidato a prefeito de São Paulo. Se lançá-lo, mina a candidatura tucana de João Doria e fortalece, indiretamente, Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT). Porém, traz um plano secreto na manga: lançar Matarazzo como vice de Marta Suplicy (PMDB). Pode dar certo. (pode?)

O PTN é um catadão de políticos de segunda linha comandados pela deputada federal Renata Abreu, filha de José de Abreu e sobrinha de Dorival Masci de Abreu, dois fiéis escudeiros dos tempos de Jânio Quadros (que, não por acaso, inspira a vassoura no símbolo do partido), da Rádio Tupi, da Rádio Atual e do Centro de Tradições Nordestinas. O partido foi estrategicamente montado para eleger a herdeira da família. Deu tão certo que até superou as expectativas ao entrar na lista da feira petista. Diz-se que pode faturar o Ministério do Turismo. Aí, sim, hein? Seria, de fato, uma viagem completa! Varre, varre, vassourinha...