quinta-feira, 3 de março de 2016

E agora, PT? (Com mil perdões, Drummond)


E agora, Luiz?
O governo acabou,
Cerveró delatou,
a casa caiu,
Delcídio falou,
e agora, Luiz?
e agora, PT?
Você que era o "hómi",
na lomba dos outros,
Você que fazia metáforas,
Virou arroz de festa?
e agora, Luiz?

Está aí a mulher
Que é ruim de discurso,
Tu foste mais que padrinho,
ajudou o poste a eleger,
já não pode negar,
fugir já não pode,
o Moro chegou,
o Celso não veio,
o Toninho não veio,
o paraíso não veio,
mataram a utopia
e tu não acabaste
e tu não fugiste
e tu não aprendeste,
e agora, Luiz?

E agora, Luiz?
saíram da tua lavra,
teus gatos por lebre,
é de Lula o futum,
o dinheiro na cueca,
todo seu sorvedouro,
e eis que vem o Delcídio,
agora é a falência,
último episódio, - cai fora!

Contra a delação
quis fazer aposta,
Dilma deposta?
quer em 2018 voltar,
mas 2018 secou;
quer impor doutrinas,
doutrinas não há mais.
Luiz, e agora?

Se você confessasse,
se você reconhecesse,
se você significasse,
algo que valesse,
se você assumisse,
se você contasse,
se você arrependesse....
Mas você não se arrepende,
você é burro, Luiz!

Deu tiro no escuro
quis ser caricato,
sempre uma ironia,
coisa que insinua
para se safar,
botou fogo no coreto
por motivo torpe,
você murcha, Luiz!
Luiz, perdeu o bonde?