A Rede Globo cancelou o debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, previsto para o último dia permitido pela legislação eleitoral (quinta-feira, 4 de outubro). É a notícia mais previsível desta campanha, repetindo a trama já assistida na eleição de 2008. Relembre.
"Eu vejo um museu de grandes novidades (...)". É inevitável citar os versos de Cazuza. Na primeira reunião na Rede Globo para tratar da cobertura eleitoral da emissora, ocorrida no início deste ano, a representação do PPS já discutia com a direção da emissora que se tratava do início de mais uma novela com final conhecido: arrasta-se a discussão em reuniões infindáveis, durante todo o período eleitoral, para culminar na desistência da realização do debate.
O motivo: a emissora - uma concessão pública - tenta impor as suas próprias regras e atropelar a lei. Os interesses comerciais - e políticos, talvez - da Globo impedem que a emissora realize um debate como a legislação determina, com todos os candidatos de partidos com representação no Congresso.
Na eleição paulistana, são oito: Soninha Francine (PPS), Celso Russomanno (PRB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT), Carlos Giannazi (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB).
E o que a Globo faz? Tenta aprovar um "pacotão" com os candidatos, promovendo uma cobertura desigual (privilegiando os líderes nas pesquisas de intenção de voto) nos telejornais, com a promessa de realizar o último debate (em tese, bom para todos). O grande problema: a emissora decidiu que só convidaria os seis primeiros candidatos nas pesquisas, o que deixaria de fora Giannazi e Fidelix. Ambos discordaram, obviamente, e recorreram à Justiça para preservar seus direitos. Alguma dúvida de que isso ocorreria?
Leia também:
Russomanno FOGE e Record cancela debate na TV