O paulistano comprou a idéia do "novo": elegeu prefeito por larga vantagem o candidato neófito do PT, Fernando Haddad, contra o veterano e experientado José Serra (PSDB). O ex-ministro da Educação de Lula e Dilma vence a sua primeira disputa eleitoral justamente na maior capital do país, assumindo a partir de 1º de janeiro de 2013 um Orçamento de R$ 42 bilhões e o desafio de cumprir as promessas de mudança diante de uma gestão municipal com altíssima rejeição.
A eleição de Haddad e a derrota de Serra são emblemáticas, também, daquilo que parece ser uma renovação das lideranças partidárias e mesmo da geração que chega ao poder. Quando as urnas não impõem a derrota dos nomes mais tradicionais, como é o caso agora do ex-governador tucano, políticos da mesma faixa etária e com trajetórias semelhantes na luta pela democratização desde o período pós-64 são afastados por "força maior" (leia-se aqui a morte de uns e até mesmo cadeia para outros, como deverá ocorrer com os petistas condenados pelo mensalão, José Dirceu e José Genoíno).
Veja que, coincidentemente, alguns dos principais personagens dos tempos de ditadura militar e da luta pela redemocratização, já falecidos, como Tancredo Neves, Mário Covas, Miguel Arraes e até Antonio Carlos Magalhães têm hoje os próprios netos como herdeiros políticos: Aécio Neves, Bruno Covas, Eduardo Campos e ACM Neto, respectivamente. Não é mero acaso. Há uma nova geração na política e a mudança é natural.
Veja o caso do PPS: elegeu dois vereadores novatos na política em São Paulo, Ricardo Young e Ari Friedenbach, e outro jovem como único prefeito de capital (Luciano Rezende, em Vitória, Espírito Santo, quebrando a polarização PT x PSDB), todos símbolos de uma Nova Política, comprometida com a ética, a transparência e a sustentabilidade.
O PPS de São Paulo, diante da eleição do prefeito Fernando Haddad, reafirma também seus compromissos com a construção de uma cidade e de um país melhor e mais decente. Respeitamos a vontade democrática da maioria, mas reiteramos um a um os pontos que nos fizeram não votar no candidato petista (reveja).
Vamos acompanhar, fiscalizar e cobrar a gestão municipal. Reivindicamos, por exemplo, um novo parâmetro ético para qualificar o debate e dignificar a relação entre o Executivo e o Legislativo paulistano. Esse é o clamor de todos aqueles que desejam resgatar os sonhos e a esperança de uma sociedade mais justa, humana e fraterna, de uma cidade mais moderna, transparente, inteligente e sustentável.
A nossa atuação política junto à sociedade, bem como nossa representação na Câmara Municipal, será sempre pautada no sentido de ajudar a conscientizar e mobilizar as pessoas para a criação e a manutenção de uma cidade mais feliz e saudável, com planejamento, responsabilidade social e a redução das desigualdades.
Que a proposta do "novo", que acaba de ser eleita pela maioria do eleitorado paulistano, não se perca no vazio do marketing político-eleitoral. Que essa escolha signifique de fato uma mudança positiva, com uma administração democrática, eficiente e transformadora. Que seja demonstrada em ações concretas e decisivas de um governo focado verdadeiramente nos interesses da maioria da população, com respeito e atenção às minorias. Uma cidade melhor para todos. É o que todos queremos.