Contrariando as expectativas, nenhum dos 78 projetos pautados nesta quarta-feira, todos de autoria dos vereadores, foi votado na Câmara Municipal de São Paulo. Nem voltarão a ser apreciados nesta semana, pois na prática os trabalhos em plenário estão encerrados.
Na quinta-feira, como de costume, não haverá sessão extraordinária. O presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), acompanhará o prefeito João Doria (PSDB) a Buenos Aires, em visita ao presidente Mauricio Macri e ao prefeito da capital argentina. Nova sessão extraordinária apenas na próxima terça-feira, com a mesma pauta adiada de hoje.
Na sessão desta quarta-feira houve uma inversão de pauta, colocando como item nº 1 o antigo item 70: o PL 508/2016, do vereador Reis (PT), que pretende instituir o passe livre para os estudantes de cursinhos comunitários, de cursos técnicos e de cursinhos pré-vestibular nos serviços de transporte coletivo do município. Com a presença de estudantes na galeria se manifestando pela aprovação do projeto, houve um jogo de cena. Um passa-moleque.
Foram 44 vereadores favoráveis à inversão de pauta, possibilitando a discussão do projeto por quase duas horas e criando a expectativa entre os estudantes de que o passe livre seria aprovado, mas apenas 19 parlamentares registraram presença na hora da votação de fato, deixando a proposta pendente, já que o quórum mínimo necessário era de 28 votos.
Compare os nomes no painel com 44 vereadores favoráveis à inversão e os 19 que efetivamente votaram no projeto: Alfredinho, Antonio Donato, Celso Jatene, Claudio Fonseca, Conte Lopes, Gilberto Nascimento, Eduardo Suplicy, Eduardo Tuma, Juliana Cardoso, Mario Covas Neto, Milton Ferreira, Noemi Nonato, Police Neto, Reis, Rinaldi Digilio, Rute Costa, Samia Bonfim, Soninha Francine e Toninho Vespoli.
Ou seja, de todos os partidos, os únicos com 100% de presença na votação foram o PSOL e o PPS. Do restante, houve ausências em todos os demais partidos, do governista PSDB ao oposicionista PT - que, em tese, defende o passe livre. Mas é sempre bom lembrar que o projeto do petista Reis foi apresentado no ano passado, porém, não avançou na Câmara exatamente porque a gestão do então prefeito Fernando Haddad (PT) não quis. Curioso, não? (Reproduzido do Câmara Man)