Deu no Câmara Man: Com mudanças pontuais no projeto original após enorme pressão da bancada evangélica, liderada pelo vice-presidente da Casa, vereador Eduardo Tuma (PSDB), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em 1ª votação, na noite desta quarta-feira, 27 de setembro, a privatização do complexo do Anhembi e da empresa SPTuris (São Paulo Turismo).
Com 37 votos a favor e 9 contrários, foi aprovado o PL 582/2017, que teve a inclusão de datas reservadas para a realização de eventos religiosos, além do Carnaval, no espaço a ser privatizado do Anhembi. Ou seja, a empresa que passar a administrar o sambódromo, o palácio de convenções, o pavilhão de exposições, o auditório Elis Regina e a nova arena para shows do Anhembi deverá obrigatoriamente reservar datas no seu calendário para as escolas de samba e as igrejas evangélicas. Tudo financiado com dinheiro público, evidentemente.
"A bancada evangélica quer os mesmos direitos do samba", resumiu o vereador Eduardo Tuma (PSDB). Com a emenda inserida no substitutivo aprovado, reuniões, eventos e shows apoiados por vereadores evangélicos e pagos com dinheiro das emendas parlamentares estarão incluídos entre os 75 dias reservados à Prefeitura (o que representa mais de 20% do calendário anual).
No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal definiu que escolas públicas poderão ter aulas de uma "religião específica", com cada professor difundindo a sua fé, foi uma dupla vitória política da autodenominada "Frente Parlamentar Cristã".
Os vereadores também aprovaram em definitivo o PL 516/2017, que prevê um reajuste (retroativo a maio deste ano) de 3,71% nos salários e abonos dos professores e profissionais do ensino da rede municipal, reivindicação do vereador, sindicalista e professor Cláudio Fonseca (PPS).
Na próxima semana o projeto de privatização do Anhembi deverá ser aprovado em segunda e definitiva votação, para seguir posteriormente à sanção do prefeito João Doria (PSDB). Também um pacotão de projetos de vereadores em segunda votação estará na pauta. Olho vivo, cidadão!