Quatro envolvidos na Operação Lava Jato são soltos em apenas uma semana pelo Supremo Tribunal Federal. Entre eles, dois presos altamente emblemáticos para a sociedade, como José Dirceu e Eike Batista.
No caso do empresário (bilionário graças ao dinheiro público), além da prisão domiciliar, a fiança foi arbitrada em R$ 52 milhões pelo juiz do Rio de Janeiro que não se fez de rogado em sinalizar que o STF está agindo na contramão do que espera a opinião pública.
Enfim, o que esperar a partir de agora? O ministro Gilmar Mendes, ao revogar a prisão de Dirceu, aproveitou para criticar a força-tarefa da Operação Lava Jato, que apresentou nova denúncia contra o ex-ministro e ex-presidente petista no mesmo dia do julgamento do seu habeas corpus. Afirmou que o STF não poderia ceder à pressão dos procuradores, a quem chamou de “jovens sem vivência institucional”.
“A imprensa publica que as razões que os valorosos procuradores de Curitiba dão para a data de hoje é porque nós julgaríamos o habeas corpus hoje (…). Se nós devêssemos ceder a esse tipo de pressão, quase que uma brincadeira juvenil, são jovens que não têm a experiência institucional nem vivência institucional, e por isso fazem esse tipo de brincadeira… Se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos (…) de ser ‘supremos’. Curitiba passaria a ser ‘suprema’. Nem um juiz passaria a ser ‘supremo’. Seriam os procuradores. Quanta falta de responsabilidade em relação ao Estado de Direito”, afirmou Gilmar Mendes ao ler o seu voto, que desempatou o julgamento pela anulação da prisão de Dirceu.
Dias sombrios virão por aí...