quinta-feira, 18 de maio de 2017

"Diretas Já" é um movimento salutar e inevitável

"Verás que um filho teu não foge à luta" 

Dissemos aqui, neste mesmo espaço, há um ano: "Caia quem for preciso para o Brasil ficar em pé!". Há um mês, reforçamos: "Lava Jato: Cumpra-se a lei; punam-se os culpados!". E há seis meses parecíamos prever: "#ForaTemer: eleições diretas já ou daqui a pouco?".

A situação dos maiores partidos do governo e da oposição, bem como de seus principais dirigentes, é insustentável. Agora, mais grave, parece selado o destino do presidente Michel Temer. Por renúncia ou cassação, seus dias estão contados. Não há clima político nem moral para tocar as reformas necessárias e seguir com uma transição minimamente segura e estável para o país até 2018.

A sociedade está farta desses métodos condenáveis de (des)cuidar da coisa pública. Tolerância zero para a corrupção foi o recado dado pelo apoio da maioria da população à Operação Lava Jato - e que parece não ter sido compreendido por alguns políticos que seguiram na prática do crime e, enfim, acabaram flagrados com provas irrefutáveis.

O movimento pelas #DiretasJá parece a saída mais provável e salutar para a normalidade democrática do Brasil. É certo que, ao pé da letra, pode até ser apontada como uma solução "inconstitucional", tendo em vista que não está prevista em lei. Mas os efeitos de uma eleição indireta hoje, como prevê a Constituição, seriam ainda mais deletérios para as instituições.

É necessário um pacto republicano e democrático para garantir o nosso futuro. Para não afundarmos de vez o país numa crise econômica e social de consequências traumáticas. Além da eleição direta para presidente e vice-presidente da República, no mais curto prazo possível, parece que a renovação do atual Congresso Nacional também é uma medida emergencial necessária.

Portanto, neste momento crucial, senadores e deputados federais deveriam aprovar uma emenda constitucional convocando eleições diretas e, ato contínuo, junto com o presidente, renunciar a seus cargos coletivamente. E que os partidos tenham sensibilidade e um mínimo entendimento, pelo bem da Nação, para não apresentarem como candidatos nenhuma destas figuras denunciadas e que maculam a sua própria história e a construção desta Nação que desejamos renovada e faremos por merecer. Muda Brasil!

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), e apresentador do #ProgramaDiferente