terça-feira, 13 de setembro de 2016
Eleições 2016 e o "samba do paulistano doido"
Na campanha atual pela Prefeitura de São Paulo, você assiste Erundina atacando Marta, que critica Haddad, que desaprova Doria, que alfineta Russomanno, que confronta Haddad, que responde à Marta, que contra-ataca Erundina. Isso, claro, seguindo os interesses partidários e eleitorais do momento. Mas, num passado recente (até as últimas eleições, tanto municipais, em 2012, quanto presidenciais, em 2014, para ser mais exato), não era bem assim.
Lembra até a Quadrilha do poeta Drummond (aquela do "João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili..."), mas é outra (sem trocadilho), na qual a política substitui a poesia: Erundina apoiava Marta, que recomendava Haddad, que elogiava Marta, que atacava Kassab, que se aliava a Dilma, apadrinhada por Lula, que apadrinhava Haddad, que defendia Marta, que desbancava Maluf, que se alinhava a Haddad, que tinha como vice Erundina, que também teve como vice Temer, que por fim foi vice de Dilma até ele próprio assumir a Presidência.
Ou seja, essa eleição está mais para o "samba do paulistano doido", para fazer alusão a outra obra tão conhecida quanto a Quadrilha de Drummond, esta composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob o pseudônimo do impagável Stanislaw Ponte Preta no satírico "Samba do Crioulo Doido". Então, perdoe o #ProgramaDiferente pela licença poética e assista aqui.