Estando bom para ambas as partes... (os outros que se danem)
A nota do Painel da Folha de S. Paulo relata em parte o que foi a proposta da cobertura eleitoral da Rede Globo, apresentada ontem aos representantes dos oito partidos com representação congressual que tem candidatos em São Paulo.
Em linhas gerais: cobrir todos os dias (ou seja, seis vezes por semana, de segunda a sábado), a partir de 6 de agosto, os dois primeiros colocados: José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB). Os outros quatro candidatos (Soninha, Haddad, Paulinho e Chalita), que estão embolados disputando a terceira posição, apareceriam em rodízio nos telejornais, três vezes por semana. Outros dois (Giannazi e Levy Fidelix), nem isso.
Conclusão: Serra e Russomanno teriam o dobro de exposição dos concorrentes, na emissora de maior audiência no país (e na cidade, neste caso), interferindo diretamente na eleição e ajudando a "cristalizar" a polarização captada nas atuais pesquisas. Um golpe fatal nas demais candidaturas.
A proposta conseguiu a proeza de desagradar a todos, menos aos dois beneficiados, obviamente. Estranho, para dizer o mínimo. Vai na contramão, também, de quem apostava na polarização PT X PSDB. O petista não decola - e com pouco destaque na Globo, antes do horário eleitoral em 21 de agosto, isso ficaria ainda mais difícil.
O PPS propôs que, além dos dois primeiros, ao menos os outros quatro que seguem embolados na disputa apareçam diariamente nos telejornais, ainda que com um tempo menor. E todos os oito candidatos que a legislação eleitoral trata com igualdade, tenham mencionada a agenda diária. A ideia foi apoiada por PT, PMDB, PSOL, PDT e PRTB. Mas a Globo marcou nova reunião, na próxima semana, para fazer contraproposta.
Será que teremos que reeditar o velho protesto nas ruas e nas redes? "O povo não é bobo, se liga Rede Globo!"