O presidente do País das Maravilhas, Luís Inácio Lulalice da Silva, foi ao Chile oferecer ajuda após o terremoto deste fim-de-semana. Repetiu o gesto de marketing que já tinha sido bem sucedido ao visitar o Haiti. Pega bem, internacionalmente, essa imagem de estadista. Afinal, quase ninguém tem uma visão crítica dessas viagens de Lula. O mito supera o homem. Lulalice corre o mundo e faz história!
Primeiro líder estrangeiro a visitar aquele país após o terremoto (viva!), Lula afirmou que "nós seremos solidários ao Chile, e já disse à presidente (Michelle Bachelet) que ela pode contar conosco (...) que pode me chamar a hora que quiser".
Que ótimo! Será que você também pode ligar para o presidente a hora que você quiser? Quando a enchente invadir a sua casa? Quando outro apagão te deixar preso no escuro? Quando o salário acabar antes do mês terminar? Quando você for demitido do seu emprego e não tiver como sustentar sua família?
O presidente anunciou o envio de um "grande hospital de campanha, da Marinha" e de máquinas de hemodiálise. Tudo bem, presidente. Mas o senhor conhece um hospital da periferia? O senhor já foi atendido no SUS? O senhor já esperou seis meses por uma consulta médica? O senhor já viu paciente morrer na maca de um hospital em pleno corredor, por falta de leito?
Lula sobrevoou o Haiti devastado por um dos mais trágicos terremotos da história. Ok, é um gesto humanitário. Ganhou pontos no céu. Mas não vimos o presidente ter a mesma preocupação, por exemplo, com o povo do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, que passou semanas alagado. Nem com as famílias de centenas de pessoas mortas pelas enchentes.
O Brasil de Lula não é o mesmo em que vivemos. O presidente vive num Brasil à parte. Um Brasil maravilhoso, como nunca antes na história deste país. Um conto de fadas.
Daí é gestada a política internacional do PT; literalmente, para inglês ver. Ou norte-americanos, franceses, italianos, chineses, iranianos... Chilenos e haitianos. Cubanos e venezuelanos. Quem parecer mais conveniente no momento.
Relações exteriores
"Venho para expressar minha solidariedade ao povo chileno e à presidente Michelle Bachelet, mas, especialmente, para prestar minhas condolências aos parentes das vítimas que morreram", disse Lula.
Essa é a fabulosa política internacional do PT e do assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. Que tem mais ou menos o mesmo valor histórico para o Brasil e o tanto de embasamento teórico que a "drag queen" de língua presa pregando a sua "vizinhança de boa camaradagem" no confessionário do Big Brother Brasil.
O aspone Marco Aurélio Garcia não deixa de ser um travesti, um transformista político, que se traveste de solidário às vítimas da tragédia no exterior, mas por aqui descamba naquele famoso sinal de "top top" para as vítimas do acidente da TAM. Relembre aqui.
É a política duas caras. Uma lá, outra cá. Aqui posamos de democratas, humanistas, esquerdistas, libertários. Lá apoiamos Hugo Chaves, Fidel Castro, Evo Morales, Mahmoud Ahmadinejad e outros chapeleiros malucos.
Assim é o nosso país das maravilhas, e Lula é a nossa Alice que encolhe e estica. Vivemos num mundo à parte, no qual o povo ora é o coelho que carrega o relógio e parece sempre atrasado, ora é o gato que ri sem motivo aparente. De todo modo, para suceder Lulalice querem nos impor a rainha de copas.
Aí já é demais até no mundo da ficção... Segurem suas cabeças!!!