Qual deve ser a nossa reação diante de tantos escândalos?
Os vídeos de corrupção explícita no Governo do Distrito Federal jogam todos os partidos e todos os políticos na vala comum do descrédito e da roubalheira. Se já carecia de credibilidade qualquer pessoa que se aventurasse na vida pública, acontecimentos como este, infelizmente, despejam uma pá de cal sobre qualquer arremedo de boa intenção.
Mesmo assim, quem faz política de modo sério, com verdadeiro desprendimento, interesse coletivo e preocupação social não pode desistir da luta. O problema é convencer a população de que não existe só um jeito de fazer política. Os bandidos que aparecem nesses escândalos cotidianos estão dentro da política como estão em todos os lugares: na sua comunidade, na empresa, no clube, na polícia, na igreja. Nenhuma atividade é imune aos criminosos e às pessoas mal intencionadas.
Quem faz política de forma diferenciada, com honestidade, seriedade, idealismo e espírito público, como faz o PPS de São Paulo e que tem em Soninha Francine o seu principal expoente, não vai esmorecer diante de atitudes deploráveis e chocantes como as flagradas no Distrito Federal.
Devemos nos manter atentos aos fatos, aprimorar os mecanismos de fiscalização, acompanhamento e punição aos delitos na administração pública, promover uma profunda reforma política para impedir a repetição de episódios como estes. Mensalão, dólar na cueca, propina na meia, CPI que acaba em pizza, arrecadação de "panetone"... Basta! Tudo isso tem que acabar!
Este é mais um dos já frequentes momentos ruins da política e dos políticos. Mas não podemos colocar em xeque a democracia, nem permitir a sua desmoralização.
Precisamos manter a capacidade de indignação com esses escândalos sem generalizar a nossa revolta e perder a sensibilidade para separar o joio do trigo. Nem todos são iguais. Vamos escolher melhor. Banir da política os corruptos e corruptores e apostar nos cidadãos de bem. Não é fácil, mas é necessário.