Os destinos da maior Câmara Municipal do Brasil estão nas mãos de meia dúzia de vereadores que controlam a maioria (e a minoria), num jogo quase sempre orquestrado para dar ao Legislativo o poder de barganha e pressão sobre o Executivo paulistano.
O "Centrão" dá as cartas. O PT ora manipula, ora é manipulado pelo grupo do "é dando que se recebe" (frase cunhada há décadas pelo maior representante do Centrão "original", o da Câmara Federal, deputado Roberto Cardoso Alves, que achincalhou a máxima franciscana nos anos 80).
Como noticiado ontem, líderes do Centrão - incluindo o presidente da Câmara paulistana, vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR) - estão na mira da Justiça e da Polícia. O primeiro efeito das denúncias foi a ameaça de Rodrigues não concorrer à sua quarta reeleição (em duas legislaturas diferentes).
Qualquer que seja a decisão do Centrão, uma coisa é certa: eles continuam dominando a Câmara Municipal e consequentemente os destinos da cidade, enquanto as duas maiores bancadas partidárias (PSDB e PT) assistem a tudo resignadas - ou cooptadas em determinados momentos.