Foi reeleito para presidir a Câmara de São Paulo, pelo quarto mandato consecutivo, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), líder do "Centrão", grupo que reúne 17 vereadores de diversos partidos com a sua prática franciscana de fazer política.
Tanto o presidente da Mesa Diretora como os demais componentes foram eleitos por 54 vereadores. Apenas o líder do PPS, vereador Cláudio Fonseca, manifestando um entendimento de que o processo de composição da Mesa não obedece a critérios democráticos de proporcionalidade partidária, não registrou seu voto.
O vereador Dalton Silvano (PSDB) foi eleito 1º vice-presidente; Celso Jatene (PTB) é o 2º vice-presidente; Chico Macena (PT) foi escolhido como 1º secretário e Milton Leite (DEM) foi eleito 2º secretário. Os vereadores Francisco Chagas (PT) e Claudinho (PSDB) foram escolhidos como 1º e 2º suplentes, respectivamente. O vereador Wadih Mutran (PP) foi reeleito por unanimidade corregedor da Câmara.
A eleição da Câmara pode ser avaliada sob dois aspectos distintos. O primeiro, sob o olhar da sociedade, que vê a política (com razão) como uma caixa preta que deve ser mais transparente e arejada. De fato, causa estranheza o Centrão se perpetuar no comando da Mesa com mais poder que PT e PSDB, as duas maiores bancadas da Casa - e com os votos cúmplices ou resignados de ambos.
Por outro lado, tudo funciona dentro da "normalidade" (se considerarmos o mundo à parte que é a Câmara paulistana) nas mãos do "Centrão": todos são atendidos com igualdade (ainda que uns sejam mais iguais que os outros). Por exemplo, todos os vereadores têm a mesma quantidade de projetos aprovados, para que nenhum se beneficie sobre os demais. Todos os 55 vereadores têm direito ainda a destinar pelo menos R$ 2 milhões, livremente, por meio de emendas orçamentárias.
Cairia bem cantar o velho funk: "Tá dominado, tá tudo dominado!". Até o PT, tarimbado na oposição, está sob controle no seu papel oposicionista: cada vereador petista teve direito a destinar R$ 3 milhões para seus redutos eleitorais, mais do que a própria base de sustentação do prefeito Kassab, numa lógica que só é compreendida dentro do Palácio Anchieta, a sede do Legislativo que faz inveja às melhores escolas de teatro.
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