sábado, 9 de fevereiro de 2019

Pacaembu é entregue à iniciativa privada por 35 anos

Enfim saiu a primeira concessão para a iniciativa privada do pacotão de desestatização anunciado desde a campanha que elegeu João Doria (PSDB) prefeito de São Paulo, em 2016.

Dois anos e meio depois da promessa, o atual prefeito Bruno Covas, também do PSDB e sucessor do hoje governador Doria na Prefeitura, entrega a gestão do Estádio do Pacaembu por 35 anos ao consórcio vencedor, denominado Patrimônio SP, formado pelo fundo de investimentos Savona e pela empresa Progen.

O consórcio vencedor ofereceu R$ 111,2 milhões pela concessão, valor quase três vezes mais alto que os R$ 37 milhões estimados inicialmente pela Prefeitura. Outras quatro empresas fizeram ofertas menores – uma delas foi a WTorre, que construiu e administra o estádio do Palmeiras, que ficou em terceiro lugar ao oferecer R$ 44 milhões; em segundo, com uma proposta de R$ 88 milhões, ficou um consórcio integrado pelo Santos, que atualmente é o time que mais realiza jogos no Pacaembu.

A Progen é uma megaempresa com unidades no Brasil, México e Chile, além de parcerias até em Cuba, na China e na Rússia, que atua nas áreas de mineração, energia, metalurgia, siderurgia, petroquímica, fertilizantes, transportes, portos, engenharia consultiva e gerenciamento de projetos. Apresenta no seu portfólio clientes como Coca-Cola, Gerdau, Petrobras, Pfizer, Votorantim, Vale e Rede Globo.

O presidente da Progen é Eduardo Machado Barella, de apenas 37 anos, filho do fundador da empresa, José Ricardo Barella. “Queremos trazer a população para dentro do estádio, com atrações e atividades culturais, preservando o patrimônio histórico”, disse Eduardo, que integra também o Conselho de Administração da SPTrans.

Está prevista na licitação uma reforma em todo o sistema elétrico, hidráulico, de telecomunicações e estrutural do Pacaembu. A Progen também precisa construir uma área de 500 m² de novos sanitários, reforma de banheiros existentes, vestiários, lanchonetes, pista de atletismo, assentos das arquibancadas e implantação de geradores com painel de transferência automática.

De acordo com números da Prefeitura, no ano de 2017 o estádio teve receita de R$ 2,4 milhões e gastos de R$ 8,3 milhões. Ou seja, um prejuízo anual de quase R$ 6 milhões para os cofres públicos.