terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Cadê o charme da Virada Cultural em Interlagos?

Criada na gestão do prefeito José Serra (PSDB) em 2005 e mantida pelos sucessores Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT), a Virada Cultural no centro da cidade e em bairros da periferia é um evento cheio de charme, reunindo milhões de pessoas por 24 horas ininterruptas de atrações artísticas e culturais.

Música, teatro, cinema, dança, literatura, exposições de artes, circo, gastronomia, cultura popular. O modelo, marcado pela revitalização e apropriação do espaço público pelos cidadãos, foi copiado em cidades de todo o país. É um sucesso.

Então, a troco de quê a futura gestão do prefeito João Doria pretende confinar a Virada Cultural ao autódromo de Interlagos? Para diminuir a sujeira da cidade pós-Virada? Garantir a segurança dos participantes? Preservar do incômodo os moradores da região central? Mas tudo isso não pode ser obtido com planejamento e organização, sem perder o charme da Virada?

O que nós, que apoiamos a eleição do prefeito João Doria, pensamos sobre a Virada Cultural? A resposta segue abaixo, nas palavras do próprio João Doria, então candidato, à Folha de S. Paulo, durante a campanha:


Ele disse mais:

"A Virada Cultural é um projeto que a Prefeitura manteve da gestão José Serra (PSDB). A gestão atual teve o bom senso de preservar no calendário da cidade, pois é um sucesso. O que nós vamos fazer também, além de ampliar a Virada Cultural e estendê-la aos bairros é fazer uma integração com as Fábricas de Cultura, que são administradas pelo Governo do Estado e funcionam muito bem. Elas serão mais integradas aos programas culturais do Município, para permitir uma frequência ainda maior de pessoas nos bairros. E vamos também desenvolver mais projetos em comum acordo com as Fábricas de Cultura e que possam extrapolar os limites desses centros culturais e levados para toda a cidade."

"Outro projeto que vamos desenvolver são as Ruas Musicais de São Paulo. Vamos resgatar uma iniciativa que já desenvolvemos na década de 1980 (na presidência da Paulistur, de 1983 a 1986, na gestão Mário Covas), com ruas dedicadas a estilos de música brasileira de raiz, como a Rua do Choro, a Rua do Samba, Rua do Forró, Rua do Carnaval, Rua do Sertanejo, em diferentes bairros da cidade e de acordo com as características da população e o que ela deseja como manifestação cultural."

O assunto é polêmico, sem dúvida, e nada impede que o prefeito reveja seus planos. Mas é importante ouvir todas as opiniões, a favor e contra a mudança. Veja essas posições conflitantes: Para idealizadores, Virada Cultural em Interlagos é o fim do evento. Por outro lado, a coluna de Mônica Bergamo traz a opinião da vereadora eleita e futura secretária de Desenvolvimento Social da Prefeitura, Soninha Francine (PPS):

SOM NA MULTIDÃO
Soninha Francine, futura secretária municipal de Assistência Social, concorda com a ideia de João Doria (PSDB) de transferir a Virada Cultural do centro para o Autódromo de Interlagos.

SOM NA MULTIDÃO 2
"O que é mais legal é todo mundo se encontrar em um mesmo lugar e ter um monte de show perto um do outro. Se a locomoção for bem planejada, por mim tudo bem. Não apoiaria se fossem várias viradas ao mesmo tempo em diferentes lugares."

MULTIDÃO 2
Para Soninha, a mudança pode levar a Interlagos "muita gente que quase nunca" esteve no local. "O Lollapalooza [festival de música] é lá e funciona muito bem", afirma a futura secretária.



O futuro secretário municipal da Cultura, André Sturm, também se manifestou: Virada seguirá no centro e não vai acabar, diz secretário de Doria


O Blog do PPS precisa manter a coerência. Em 2009 já dizíamos: 

Virada Cultural é sucesso em São Paulo