Não é que a política estará melhor nos próximos sete meses, durante o mandato-tampão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados, mas certamente poderia estar pior se o escolhido fosse um nome do chamado "Centrão" (a base mais fisiológica que funciona em todo parlamento, reunindo partidos e políticos venais).
A eleição de Maia aponta ao menos para a cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para a vitória de partidos ideológicos sobre o mix de chantagistas e oportunistas, e para a consolidação de uma maioria segura para o governo de transição de Michel Temer, garantindo sem sobressaltos o prosseguimento do impeachment da presidente Dilma Rousseff e uma certa estabilidade política e econômica para o país até a eleição de 2018.
O resultado aponta também para o definitivo esfacelamento do PT. Derrotado na articulação comandada por Lula para tentar interferir na sucessão de Cunha, ainda se viu obrigado primeiro a votar num candidato do PMDB (partido do presidente Temer, a quem acusam de traição) e depois no DEM, símbolo maior do "golpismo" contra o qual petistas vociferam diariamente. Tchau, queridos!
Está claro que o vácuo político-ideológico deixado pelo PT já começa a ser ocupado pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade, que ao menos marcaram posição com as anticandidaturas de Luiza Erundina e Miro Teixeira. A medida desta ocupação na prática se dará nas eleições municipais de outubro, sobretudo em capitais como São Paulo e Rio. De resto, os grandes vitoriosos foram aqueles que desde o início apostaram no #ForaDilma e no apoio determinado à Lava Jato e à transição democrática até 2018: PSDB, DEM e PPS. Melhor para o Brasil. Simples assim.