Desde março, quando ninguém acreditava, já falávamos por aqui da possibilidade de Andrea Matarazzo trocar o PSDB pelo PSD, numa articulação entre Gilberto Kassab, José Serra e Michel Temer, e mais: virar candidato a vice de Marta Suplicy, apesar de Matarazzo declarar que era "mais fácil vaca voar" do que ele deixar de ser candidato a prefeito.
Como tudo é "normal" e parece possível dentro da política, teremos até vaca voando nessas eleições municipais. É um circo de horrores! Mas o fato é que a disputa começou pra valer!
Como candidato a vereador, depois de perder sua cadeira cativa no Senado em 2014, Eduardo Suplicy também já começou sua campanha baseado no tradicional "coitadismo". Deu seu jeito de ser "preso" defendendo o "povo" na reintegração de posse de uma área - veja a ironia - da própria Prefeitura de São Paulo.
Ou seja, quem solicitou a reintegração, diretamente responsável pela presença da polícia contra a qual Suplicy armou toda a cena heróica (marqueteira), foi o prefeito Fernando Haddad, de quem Suplicy até outro dia era Secretário dos Direitos Humanos e saiu justamente para ser candidato e pretenso "puxador de votos" do PT.
É ou não é um jogo baixo? Uma vergonha!
Nesta semana se acertam os últimos detalhes: Russomanno (PRB) define o seu vice; o PTB de Campos Machado escolhe entre ficar com Marta (de quem esperava a vice para Marlene Campos Machado), volta para o barco de Russomanno (como em 2012), correndo o risco de ver a chapa impugnada pelo julgamento de ação no STF, ou mantém candidatura própria meramente figurativa.
Não se engane: todas as peças deste xadrez eleitoral paulistano já se movem para o xeque-mate em 2018. Os atores principais são o presidente em exercício Michel Temer, que vai assumir definitivamente o governo com o impeachment de Dilma Rousseff no final de agosto, e os presidenciáveis José Serra e Geraldo Alckmin disputando com Aécio Neves a hegemonia dentro do PSDB e da oposição. Correm por fora os candidatos a governador Gilberto Kassab (PSD), Aloysio Nunes (PSDB), Marcio França (PSB) e Paulo Skaf (PMDB), todos disputando o mesmo espaço e o mesmo eleitorado. Dias piores virão.