Nos anos 60, o genial
Sérgio Porto, mais conhecido pelo pseudônimo
Stanislaw Ponte Preta, lançou o seu
Febeapá (Festival de Besteira que Assola o País), que tinha como principal característica simular notas jornalísticas satíricas, com sua típica ironia e humor corrosivo, parecendo noticiário sério.
Pois vivemos agora uma nova onda do
Febeapá na política e no jornalismo brasileiro, porém de mão trocada. A graça involuntária vem do noticiário supostamente sério, que se confunde entre plantações e desinformações, e mais parece piada.
Num rápido passar de olhos pela edição impressa da
Folha de S. Paulo desta segunda-feira, por exemplo, o leitor ou assinante sobrevivente lê que o PTN, sigla nanica controlada pela deputada
Renata Abreu, participou da convenção de
João Doria (PSDB), mas diz que o
"apoio está em aberto". Na página seguinte, é informado que o PTN participou da convenção de
Celso Russomanno, integrando a coligação com PRB, PEN e PSC. Oi?
Da mesma forma, lê que
Andrea Matarazzo (PSD)
"sinaliza que pode (?) desistir da candidatura", pois estaria negociando com
Marta (PMDB) e
Russomanno (PRB) a vaga de vice, mas em outra nota fica sabendo
(?) que PMDB e PSD já até
"fecharam a coligação". Tudo com apenas uma página aberta, no relato
"jornalístico" dos acontecimentos de domingo.

Isso para coroar a confusão da semana, que colocou PHS
(que apoiava Dória) na oposição, e, ao tentar contornar o erro
(sem nunca assumi-lo de fato), "inventou"outro partido chamado PPN, que nunca existiu, inflacionando ainda mais a sopa de letrinhas partidárias que já empanturra o eleitor.
Além do (mau) humor causado pela desinformação dos repórteres, tem aquele provocado pela cara-de-pau dos próprios políticos. Ver
Haddad com
Lula,
Ciro Gomes,
Chalita,
Netinho de Paula (eleito vereador pelo PCdoB, que perdeu o mandato na Justiça ao migrar para o PDT), e toda a turma do PT, PCdoB e PDT novamente reunida, é para quem tem estômago forte.
Ler que
Erundina (PSOL) criticou
Marta por estar no PMDB de
Temer, e lembrar que o próprio
Temer já foi candidato a vice de
Erundina, sendo abençoados na época por
Orestes Quercia, também causa ligeira indisposição.
Se não bastasse, ficamos sabendo que a presidente afastada
Dilma Rousseff não deu as caras na convenção do PT, mas mandou carta dizendo que
"o Brasil golpista e o Brasil democrático estarão duelando na eleição de outubro em São Paulo."
Tomara ela esteja certa uma vez na vida e o Brasil democrático enterre de vez esta bandalheira que assaltou os cofres públicos nos últimos 13 anos, com seu partido traíra, golpista e corrupto. Cadeia neles!