Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP) |
Ter mais mulheres candidatas e filiadas a partidos não deve ser só uma obrigação para cumprir cotas e determinações da legislação eleitoral. Temos que buscar ações afirmativas e políticas públicas efetivas a serem praticadas em favor das mulheres.
A mulher na política não pode ser mera peça decorativa, usada para fazer número ou massa de manobra das campanhas predominantemente masculinas. Queremos a sensibilidade e a força da mulher, o seu instinto materno, a intuição e a percepção feminina aguçada para transformar de fato, para melhor, a democracia - seja ela participativa, representativa ou direta.
Isso porque, mesmo sendo maioria entre a população brasileira, com 40% das mulheres responsáveis pelo próprio lar, elas são também as que mais sofrem com as diversas formas de preconceito e violência, com a falta de equiparação social e com menor representação política tanto no legislativo quanto no executivo.
Pessoalmente, venho de uma trajetória familiar e política marcada pela forte presença da mulher. Minha avó, Eliza Branco Batista, militante e líder sindical, fez história ao integrar a Campanha pela Paz Mundial, durante a Segunda Guerra e, posteriormente, contra o envio de tropas brasileiras à guerra da Coreia, em 1950, com o lema "Os soldados nossos filhos não irão para a Coreia". Deu resultado.
Essa é a nossa referência. O que nós queremos é um Brasil que não faça distinção da participação do homem e da mulher na política, na escola, no trabalho. Que busque a igualdade de direitos e oportunidades, uma sociedade que viva em harmonia, celebre a vida e estabeleça a paz, a cidadania e a justiça social!
Carlos Fernandes é presidente do PPS paulistano e foi subprefeito da Lapa.