quinta-feira, 21 de março de 2013

Vereadores propõem homenagem à ação da ROTA

Um projeto do vereador Coronel Telhada (PSDB), relatado pelo colega Conte Lopes (PTB) e aprovado por unanimidade ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal, concede "salva de prata" à ROTA (Batalhão Tobias Aguiar) pelos "relevantes serviços prestados" em São Paulo. Tanto o Coronel Telhada quanto o capitão Conte Lopes são oriundos da ROTA.

Entre as "inúmeras operações militares, sempre com participação decisiva e influente, demonstrando a galhardia e lealdade de seus homens" (sic) mencionadas no projeto que homenageia a ROTA e suas "campanhas de Guerra" que merecem destaque, estão o combate aos "remanescentes e seguidores de Lamarca e Mariguela, que continuam a implantar o pânico, a intranquilidade e a insegurança na Capital e Grande São Paulo."

Pelo projeto, também merece homenagem a atuação destacada da ROTA no combate ao "terror implantado": "Ataques a quartéis e sentinelas, assassinatos de civis e militares, sequestros, roubos a bancos e ações terroristas."

"É um período triste e nebuloso da nossa História que realmente precisa ser apurado, como o caso do Coronel Silvestre, PM preso e torturado, junto com outros comandantes que não concordaram com os abusos cometidos na ditadura", diz o presidente do PPS/SP, Carlos Fernandes.

Ainda que de forma involuntária, parece que os próprios vereadores estão fornecendo material suficiente para pautar a Comissão da Verdade, que acaba de ser (re)implantada na Câmara, por sugestão de Gilberto Natalini (PV) e a participação de Ricardo Young (PPS).

Compõem a CCJ os seguintes vereadores: Abou Anni (PV), Alessandro Guedes (PT), Arselino Tatto (PT), Conte Lopes (PTB), Eduardo Tuma (PSDB), George Hato (PMDB), Laércio Benko (PHS), Sandra Tadeu (DEM) e Goulart (PSD), que preside a Comissão.

Veja o projeto e a íntegra da justificativa:

PDL 0006/2013 
Promovente: Coronel Telhada

Ementa: DISPÕE SOBRE A OUTORGA DE " SALVA DE PRATA " AO BATALHÃO TOBIAS DE AGUIAR, E DÁ OUTRAS PROVIDENCIAS

PUBLICADO DOC 06/03/2013, PÁG 86

JUSTIFICATIVA

O presente projeto visa homenagear o Batalhão Tobias de Aguiar pelos relevantes serviços prestados a sociedade brasileira e em especial, ao povo do Estado de São Paulo e a todos os paulistanos.

Para tanto, passaremos a destacar o seu processo de formação, que deu origem a esta tão reconhecida entidade militar, zelosa pela segurança da população e das Intuições Republicanas.

A HISTÓRIA DO BATALHÃO

O Batalhão Tobias de Aguiar, criado em primeiro de dezembro de 1891, foi o terceiro Quartel construído no então Corpo Policial Permanente.

Projeto de autoria do notável arquiteto RAMOS DE AZEVEDO e inspirado na arquitetura militar francesa, de estilo surgido na Europa, na primeira metade do Século XIX, com o nome de “Estilo Pós-Napoleônico”. Teve como modelo um Quartel da Legião Estrangeira Francesa no Marrocos. Em seu subsolo há uma rede de túneis que faziam ligações com os quartéis vizinhos e com a estação ferroviária.

O material para sua construção veio de diversas partes do mundo: telhas da França, tijolos da Itália e pinho de Riga, na Rússia. Atualmente, o prédio é patrimônio histórico e está tombado pelo CONDEPHAAT. Além do túnel, há a chaminé, situada do lado externo, próximo ao prédio, que serviu de referencial, durante a Revolução de 1924, contando hoje com marcas de disparos de canhões em quatro pontos.

Com o advento da República o então Corpo Policial Permanente foi, em 1º de dezembro de 1891, dividido em quatro Corpos, passando a denominar-se Força Pública, momento em que este Batalhão foi chamado de 1º Corpo Militar de Polícia, cuja missão era manter a tranquilidade, auxiliar a justiça e defender as Instituições Republicanas. Após inúmeras denominações, passou a ostentar, a partir de 15 de dezembro de 1975, seu nome atual.

Marcando, desde a sua criação, a história desta nação, este Batalhão teve seu efetivo presente em inúmeras operações militares, sempre com participação decisiva e influente, demonstrando a galhardia e lealdade de seus homens, podendo ser citadas, dentre outras, as seguintes campanhas de Guerra:

- Campanha do Paraná, em 1894, conhecida como Revolta da Armada, quando defendeu a República dos Federalistas, avançando de Itararé - interior de São Paulo - até Curitiba - Paraná;

- Questão dos Protocolos, em 1896, quando defendeu a capital do Cônsul da Itália, que revoltou-se pela morte de imigrantes alistados nas Forças Legais;

- Guerra de Canudos, em 1897, sendo responsável pelo último combate que derrubou o Reduto de Canudos, comandado por Antônio Conselheiro, que lutava contra a República. Suas ações foram positivamente citadas no livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, que a ele se referia como “Batalhão Paulista”;

- Levante do Forte de Copacabana, em 1922, defendendo as fronteiras do Estado contra as invasões vindas do Paraná;

- Revolução Constitucionalista de 1932, quando o povo paulista lutou pelo retorno do Brasil à Constitucionalidade, aclamando Pedro de Toledo como governador;

- Campanha do Vale do Rio Ribeira do Iguape, em 1970, para sufocar a Guerrilha Rural instituída por Carlos Lamarca, onde o então Tenente Alberto Mendes Júnior, comandando um pelotão desta Unidade, foi vítima de uma emboscada, oferecendo-se em troca da liberdade de seus subordinados, quando foi assassinado, sendo promovido “post mortem” a Capitão, e hoje considerado o herói símbolo do heroísmo e mais um marco histórico da Polícia Militar.

A HISTÓRIA DOS BOINAS NEGRAS

Sufocado o foco da guerrilha rural no Vale do Ribeira, com a participação ativa do então denominado Primeiro Batalhão Policial Militar “TOBIAS DE AGUIAR”, os remanescentes e seguidores, desde 1969, de “Lamarca” e “Mariguela” continuam a implantar o pânico, a intranquilidade e a insegurança na Capital e Grande São Paulo. Ataques a quartéis e

sentinelas, assassinatos de civis e militares, sequestros, roubos a bancos e ações terroristas. Estava implantado o terror.

Mais uma vez dentro da história, o Primeiro Batalhão Policial Militar “TOBIAS DE AGUIAR”, sob o comando do Ten Cel SALVADOR D’AQUINO, é chamado a dar sequência no seu passado heroico, desta vez no combate à Guerrilha Urbana que atormentava o povo paulista.

Havia a necessidade da criação de um policiamento enérgico, reforçado, com mobilidade e eficácia de ação.

Incumbe-se à 2ª Cia de Segurança do Primeiro Batalhão Policial Militar, exclusivamente de Tropa de Choque, a iniciar o Patrulhamento Ostensivo Motorizado no Centro de São Paulo.

Surge então o embrião da ROTA, a Ronda Bancária, que tinha como missão reprimir e coibir os roubos a bancos e outras ações violentas praticadas por criminosos e por grupos terroristas.

Em 15 de outubro de 1970, este “embrião” passa a denominar-se “RONDAS OSTENSIVAS TOBIAS DE AGUIAR” - ROTA. É instalada na sede do “Batalhão Tobias de Aguiar” a central de comunicações com a finalidade de apoiar as viaturas em serviço. As viaturas são equipadas com rádio transceptor para maior agilidade nas Operações da Polícia Militar com a Base Aguiar ou com as viaturas no policiamento.

No dia primeiro de dezembro de 1970, data do aniversário do “Batalhão Tobias de Aguiar”, foi apresentado ao público uma inovação que viria caracterizar ainda mais os Policiais desta Unidade: A BOINA NEGRA, que para todos é um símbolo da grandeza de pertencer à ROTA e através dela, bem servir à população.

Assim surgiu a ROTA, um policiamento especializado, criado para atender todo tipo de ocorrência, em especial as que o policiamento comum não tinha condições de fazê-lo; um policiamento com doutrina e características peculiares; uma jornada até nossos dias por entre esta guerra diária nas ruas de São Paulo, em qualquer circunstância ou em qualquer situação, norteada pelo lema de “Dignidade Acima de Tudo”.

VIATURAS E EQUIPAMENTOS

Atualmente, a ROTA conta com viaturas modelos Chevrolet Blazer 4.3 V6. Como evolução no emprego operacional da ROTA, uma das viaturas encontra-se blindada, sendo utilizada em Operações em que o seu emprego se faz necessário devido ao risco potencial a ser encontrado. Cada viatura operacional de ROTA é distinguida pelos prefixos iniciados pelos dígitos 91, pelas faixas pretas laterais e traseiras e pelo símbolo da ROTA, um “R” estilizado em forma de uma seta que aponta para uma estrela, representando um ideal a ser alcançado.

Como meios de comunicação nas viaturas, contamos com rádios e Hts Digitais, para comunicação a longa distância; tudo coordenado pela Central de Operações, COPOM.

Para o serviço diário nas ruas de São Paulo, as equipes de ROTA dispõem de alguns equipamentos necessários à repressão imediata a ilícitos, nos quais são variados os graus de periculosidade e risco, sendo seu uso selecionado por suas especificações e facilidades de manuseio de acordo com a situação encontrada.

Além destes equipamentos, esta Unidade, como Batalhão de Polícia de Choque, possui materiais de Choque para emprego em missões emergenciais de Controle de Distúrbios Civis. Tais equipamentos têm utilidades tanto para proteção individual como para dispersão de manifestações quando necessário.

O POLICIAL DE ROTA

Para conseguir otimizar seus serviços, a ROTA depende do aspecto mais importante dentro de sua estrutura: o homem. Diferenciados pelas boinas negras e pelo braçal com a inscrição “ROTA” e o Brasão do Primeiro Batalhão de Choque “TOBIAS DE AGUIAR”, estes policiais não sentem em suas fardas um grau de superioridade, mas sim um sentimento de bem servir aos preceitos assimilados aprendidos desde o início de suas carreiras, obedecendo ao juramento por eles prestados em seu ingresso nas fileiras da Corporação.

Com um treinamento constante, uma noção pormenorizada de doutrina em patrulhamento, o que leva à padronização quase total de procedimentos, e um elevado respeito aos ditames de Hierarquia e Disciplina dentro da Polícia Militar, nossos homens buscam em seu dia-a-dia o motivo que faz da ROTA um símbolo de qualidade e um exemplo a ser seguido: a máxima qualidade no emprego de meios para a defesa da sociedade.