Nesta quarta-feira, 27 de março, a partir das 15h, o prefeito Fernando Haddad (PT) vai apresentar oficialmente as 100 metas do seu mandato aos vereadores de São Paulo, em cerimônia na Câmara Municipal.
Veja aqui os compromissos da gestão petista, com um custo estimado de R$ 23 bilhões aos cofres públicos.
Inserido na Lei Orgânica do Município, o Plano de Metas passou a ser uma obrigação de todo prefeito eleito a partir de 2008, que tem um prazo de 3 meses após sua posse para definir as metas a serem atingidas em quatro anos de governo.
Apesar de ser uma iniciativa bem intencionada da chamada sociedade civil, tendo à frente a Rede Nossa São Paulo, o Plano de Metas anunciado pelo prefeito Haddad é bem mais tímido e modesto do que o espetacular Plano de Governo apresentado pelo então candidato. Ou seja, é praticamente um "faz-de-conta", um arrazoado do prometido. Lembre aqui.
O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) cumpriu apenas 55% dos 223 compromissos assumidos para os quatro anos de sua gestão (2009/2012). Ou seja, teria cumprido apenas 123 metas. Haddad foi bem mais acanhado: apresentou coincidentemente 123 compromissos a menos, ou seja, apenas 100, mesma quantia não cumprida por Kassab.
As metas do atual prefeito foram divididas por sua equipe em três eixos: compromissos com os direitos sociais e civis; desenvolvimento econômico sustentável com redução das desigualdades; e gestão descentralizada, participativa e transparente.
Também está organizado conforme 21 objetivos estratégicos e todas as metas se articulam com 5 áreas: resgate da cidadania nos territórios vulneráveis, Arco do Futuro, fortalecimento das centralidades locais com requalificação dos bairros do Centro e, por último, a reordenação das fronteiras ambientais.
Em números, alguns dos objetivos do atual prefeito: 750 novos leitos hospitalares, 55 mil unidades habitacionais, 150 quilômetros de corredores de ônibus e 243 creches inauguradas até 2016. Além disso, ele promete extinguir a pobreza extrema na cidade de São Paulo, com a inclusão de mais de 200 mil pessoas no Bolsa Família, e o estímulo a cursos técnicos.
O Plano de Metas será apresentado para a população em 37 audiências públicas – uma em cada Subprefeitura, uma para cada um dos cinco eixos territoriais e outra na Câmara. As propostas também serão discutidas com o recém-criado Conselho da Cidade, formado por empresários, políticos, artistas e representantes de diversos segmentos sociais.
Haddad também se comprometeu a construir 43 Unidades Básicas de Saúde e três novos hospitais. Apresentou ainda como meta a implantação de conselhos populares em todas as regiões da cidade, além da criação da Subprefeitura de Sapopemba.
"Embora bastante objetivo, o plano é quase omisso no que diz respeito à sustentabilidade. Está longe de adensar os eixos da plataforma Cidades Sustentáveis, da qual Haddad é signatário. Além das metas não serem orientadas por essa visão, a perspectiva ambiental sempre aparece subordinada às questões sociais", critica o vereador Ricardo Young (PPS).
"Ora, sabemos que uma ação sustentável deve ter os pilares econômico, social e ambiental equilibrados. Afinal, não existe sustentabilidade com pobreza. O plano, entretanto, privilegia a visão tradicional que tem caracterizado os governos do PT: erradicação da pobreza apenas em seu âmbito econômico, sem a devida ligação com a qualidade de vida."