"Vocês confundem o palhaço no trabalho lá com aqui. Aqui é outra coisa."
A frase é do deputado Tiririca, lépido, fagueiro, recém-alfabetizado e sentado na primeira fila na instalação da Comissão de Educação. Ele tem meia razão. Estamos mesmo confundindo os palhaços de lá, de cá e do Congresso. É outra coisa?
Se fosse só o Tiririca, tudo bem, porque ele tem a legitimidade de deputado mais votado do país. O problema é que a palhaçada é geral, com Paulo Maluf, Newton Cardoso, mensaleiros e fichas-sujas suprapartidariamente acomodados na comissão especial que vai... analisar a reforma política!
O Tiririca é um fenômeno novo, mas Maluf é um velho fenômeno da política brasileira, que consegue ser incluído ao mesmo tempo na lista de procurados da Interpol e na de membros da comissão que vai definir, por exemplo, financiamento público de campanha e moralização da atividade política.
Por falar nisso, o deputado João Paulo Cunha assumiu a presidência da estratégica Comissão de Constituição e Justiça, a CCJ, chamada de "mãe de todas as comissões". Ninguém é considerado culpado até prova em contrário, mas igualmente ninguém deve presidir a CCJ da Câmara enquanto réu num processo no Supremo Tribunal Federal. Não é pedir muito, vai!
Sem falar que o presidente da Comissão de Meio Ambiente é o deputado gaúcho Giovani Cherini, que é... ruralista. Lobos, galinheiros, palhaços, fichas-sujas e réus. Virou ou não uma palhaçada?
E, depois, os caras ainda reclamam quando a gente fala mal!