quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

E o Senado por São Paulo, como fica?

Hoje, o Estado de São Paulo é representado no Senado por Eduardo Suplicy (PT), Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (DEM). Suplicy tem mais quatro anos, enquanto Tuma e Mercadante encerram seus oito anos de mandato naquela caixa-preta da República e podem concorrer à reeleição em 2010.

Do eleitorado, pouca gente sabe ao certo para que serve o Senado. Sabem, no máximo, que é a Casa dominada pela quadrilha de José Sarney, o maranhense que é senador pelo Amapá - em mais uma das baixarias que só acontecem na "câmara alta".

Além de equiparar São Paulo ao Acre ou ao próprio Amapá de Sarney, por exemplo, cada um com a mesma representação de três senadores - pois são eleitos representantes do Estado, sem levar em conta a proporcionalidade do número de eleitores, como se faz na Câmara dos Deputados. Para quem se interessar em saber como funciona a ilha de Lost, leia aqui o Regimento Interno do Senado.

Pelas costuras políticas, a situação em São Paulo vai ser a seguinte: o PT virá com Mercadante para a reeleição ou, o que parece hoje mais próvável na base de apoio ao presidente Lula, com Marta Suplicy disputando uma das duas vagas ao Senado em 2010. Nesse caso, Mercadante concorreria ao Governo de São Paulo. Disputando a segunda vaga ao Senado, pelo PSB deve vir o vereador Gabriel Chalita, ex-tucano cooptado pelo lulismo.

Outro vereador paulistano, o pagodeiro Netinho de Paula (PCdoB), também anunciou a pretensão de disputar o Senado. Porém, a tropa de choque petista já se encarregou de oferecer alguma compensação pela desistência. Com isso, fica facilitado o acerto para Paulo Skaf (PSB) ser o candidato a vice-governador de Mercadante, com Marta Suplicy e Chalita ao Senado, e Ciro Gomes fora da disputa paulista.

Na chapa de Serra à Presidência, o caminho pavimentado é de Geraldo Alckmin disputando o Governo, com Guilherme Afif de vice, Romeu Tuma para o Senado e... aqui começa o problema!

O PMDB paulista vai apoiar Serra e Alckmin. Com isso, Orestes Quercia seria o nome para disputar uma das duas vagas ao Senado. Mas, no PSDB, nascido da costela peemedebista, tem gente que não engole Quercia. Assim, Paulo Renato e José Aníbal querem também se lançar à disputa e embolar o meio de campo.

Se DEM e PSDB tiverem candidatos ao Senado, está rompido o acordo com Quercia. No caso do ex-governador desistir da disputa por conta própria, cria-se um novo cenário. Em todo caso, os nomes tucanos parecem meros coadjuvantes. E o PPS, coligado ao PSDB e ao DEM, pode ficar com uma das vagas.

Uma coisa é certa: o Senado tem péssima avaliação do eleitorado, por todos os escândalos ocorridos, violações de painel, troca de acusações e por ser a última morada de personagens da velha política, como Collor e Sarney. Seria gratificante e reconfortante ter um candidato diferenciado no meio da mesmice.