Beijar criancinhas remelentas, abraçar o povo suado, comer buchada de bode, passear no lombo de jegue, beber cachaça no bar da esquina... o roteiro-padrão do candidato populista é seguido à risca.
Os pré-candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) aproveitaram o Carnaval para aumentar a lista de micos pré-eleitorais.
Um dia após acompanhar o Carnaval em Salvador com toda a sua ginga de professor de Economia, o governador José Serra (foto abaixo) entrou no mar da popular Praia Grande, no litoral paulista, de calça, camisa, tênis e meia.
A intenção declarada de Serra era inaugurar um projeto de acessibilidade para deficientes em cadeiras de rodas adaptadas para o banho de mar. Só o próprio governador não parecia muito adaptado.
Já a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), após saracotear pelo Carnaval de Recife e de Salvador, no sábado, foi anteontem ao sambódromo do Rio de Janeiro assistir aos desfiles das escolas de samba, convidada pelo governador-marqueteiro Sérgio Cabral (PMDB).
Lá, Dilma dançou com o gari Gilson Lopes, segurou a vassoura e rodopiou, com ginga típica serrista, para alegria de fotógrafos, cinegrafistas e puxa-sacos de plantão.
No sambódromo, Dilma ainda posou ao lado de Madonna e carregou no colo a filha adotiva da cantora, Mercy, uma menina negra, como recomenda o manual do marketing eleitoral.
Contam que a ministra tomou ainda uma dose de cravo escarlate, bebida forte tradicionalmente distribuída aos ritmistas. "Dilma tomou um gole, mas acabou tossindo", revelam os jornais.
Tá certo. Ela tosse, mas quem engasga com tamanha demagogia é o povo. Quem engole tudo isso?