terça-feira, 28 de outubro de 2008

Quem ganha e quem perde após as eleições

Esse tipo de balanço é tão comum quanto inútil: quem ganha e quem perde logo após uma eleição. Há pontos em comum nas mais diversas análises: o PMDB teria sido o grande vencedor nacionalmente, assim como o apoio do presidente Lula mostrou-se pouco decisivo em várias disputas, colocando o PT entre os principais derrotados.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Veja que Marta Suplicy passou o segundo turno paulistano afirmando que o DEM era um partido dizimado: no final, quem acabou massacrada foi ela, pelo mais novo líder do partido que ela só chama de "Demo", Gilberto Kassab, numa vitória arrasadora.

O governador José Serra desponta, individualmente, como o grande vencedor. Enfrentou internamente o partido, manteve a disputa dentro dos limites aceitáveis politicamente, evitando uma crise de proporções maiores, e enfim conseguiu eleger o candidato da sua preferência.

Os jornais também trazem duas avaliações bastante negativas sobre o PPS. Vejamos:

1) "O PPS foi o partido da oposição que mais perdeu espaço. Em 2004, elegeu 5 prefeitos em cidades grandes e, neste ano, nenhum. Em janeiro, a sigla só governará 2 milhões de eleitores, bem menos que em 2004, quando obteve 6,8 milhões."

2) "O PPS praticamente sumiu. Vai apostar as fichas em Serra, atuando como um satélite-nanico com verniz de esquerda para um político de esquerda que tem uma base de apoio de centro-direita." (análise de Kennedy Alencar, na Folha de S. Paulo)


Talvez em números absolutos esteja correta a análise. O PPS encolheu em número de votos e em número de prefeitos (passou de 298 prefeituras conquistadas em 2004 para 132 prefeituras em 2008), mas se levarmos em conta o ganho qualitativo que foi, por exemplo, a filiação de Soninha Francine em São Paulo, o PPS e os cidadãos que esperam uma política diferenciada saíram ganhando bastante. A semente foi plantada.