terça-feira, 14 de agosto de 2018

No mês de aniversário da Mooca, lembramos a Prefeitura e os 55 vereadores da importância de implantar um Parque Verde no antigo terreno da Esso

No 462º aniversário da Mooca, celebrado no próximo dia 17 de agosto, este que é certamente um dos bairros mais tradicionais de São Paulo e também, infelizmente, recordista negativo com os menores índices de áreas verdes da cidade, merece enfim um presente da Prefeitura de São Paulo: a regulamentação do terreno da antiga Esso para implantação do futuro Parque Verde da Mooca.

A reivindicação é antiga e justa! Os cidadãos mooquenses e paulistanos solicitam do prefeito Bruno Covas e dos 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo a destinação deste terreno de quase 100 mil m² na Mooca, que no passado pertenceu à filial brasileira da empresa petrolífera norte-americana Esso, atual Exxon Mobil Corporation, para implantação de um pulmão verde para a cidade.

Essa área teve o solo e as águas subterrâneas contaminadas, e há mais de uma década - período em que vem passando por processo de descontaminação - é reivindicada pela totalidade da sua população local para a implantação desse futuro parque público. 

Porém, com o velho argumento da falta de recursos municipais e de espaços disponíveis para habitação, alguns políticos e empreendedores imobiliários queriam construir moradias no local (unindo prédios populares a condomínios de luxo, segundo proposta apresentada em uma operação urbana local e também debatida no Plano Diretor de São Paulo). 

É, sem dúvida, um caso emblemático: a comunidade está mobilizada pela preservação integral da área verde, enquanto a atual proprietária do terreno, com apoio da gestão municipal anterior, pretendia construir condomínios no local e, em contrapartida, ou como "compensação ambiental", oferecer a preservação de apenas 30% do terreno para um "parque" a ser administrado pela própria empresa por 20 anos. Mas isso não nos parece justo nem adequado.

Há movimentação de políticos pró e contra: de um lado, o amplo apoio à desapropriação da área por decreto de utilidade pública ou interesse social; do outro, a defesa do direito da construtora São José explorar economicamente o espaço que foi ocupado por mais de 60 anos pela Esso, deixando o solo contaminado por seus tanques de combustíveis.

Segundo laudo recente da Cetesb, a agência do Governo do Estado responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de áreas e atividades geradoras de poluição, seria possível a implantação imediata de um parque aberto. Por outro lado, o terreno seguiria impróprio para construções habitacionais.

Este é o último grande espaço na região que pode abrigar um parque público e ajudar a Mooca a reverter o baixíssimo índice de área verde (0,35 m² de área verde por habitante, enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda 12 m²). Também em função da pouca quantidade de áreas verdes, a Mooca é um dos dez bairros com mais baixo nível de umidade relativa do ar, segundo balanço recente do Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura de São Paulo.

Então, nós do Blog do PPS, unidos à população da Mooca e dos bairros adjacentes, ao jornal Folha de Vila Prudente e a entidades como o Movimento Mooca Verde, todos pioneiros nesta luta, seguimos reivindicando a implantação do parque na totalidade do terreno. Há também o empenho de vereadores como Gilberto Natalini (PV), Juliana Cardoso (PT), Edir Sales (PSD), Soninha Francine (PPS) e Claudio Fonseca (PPS), entre outros, no convencimento do poder público para oficializar este verdadeiro presente para a qualidade de vida na cidade. Com certeza, a Mooca e São Paulo merecem!