terça-feira, 28 de agosto de 2018

É bom dar uma espiadinha nos suplentes ao Senado

Muita gente vem prestando mais atenção nos candidatos a vice das chapas eleitorais de presidentes, governadores e prefeitos, de tão normal que virou eleger o titular para um cargo e ver o "reserva" cumprir o mandato.

Neste momento, tomemos o exemplo do eleitor que mora na cidade de São Paulo: temos um ex vice-prefeito (Bruno Covas), um ex vice-governador (Marcio França) e um ex vice-presidente (Michel Temer) no exercício dos cargos. E isso já é quase uma rotina.

Porém, muito menos destaque e atenção do eleitorado e da mídia merecem os suplentes de senadores (são dois por senador), eleitos para mandatos de oito anos, e que em tese representam a totalidade dos eleitores do Estado no Congresso Nacional. Ou seja, tem extrema importância sabermos quem pode assumir indiretamente o mandato no lugar daqueles que foram eleitos diretamente para a função.

De quatro em quatro anos o Senado é renovado em um ou dois terços da sua composição. No próximo dia 7 de outubro, renovaremos dois terços: retomando o exemplo paulista, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Marta Suplicy (PT) - que coincidentemente não se candidataram à reeleição - encerram seus mandatos iniciados em 2010. Prossegue por mais quatro anos, até 2022, o senador José Serra (PSDB), que foi eleito em 2014.

Estes três senadores paulistas são exemplos típicos da importância dos suplentes: os três, ao assumirem cargos no Executivo, cederam as suas vagas no Senado àqueles que foram indicados para a suplência: no lugar de Aloysio assumiu Airton Sandoval, do PMDB, quercista histórico; no lugar de Serra, o tucano José Anibal; e na vaga de Marta, o ex-vereador e ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues, sócio do condenado Valdemar Costa Neto no comando do PR.

Dos atuais 81 senadores, 41 já cederam de forma provisória ou permanente a vaga para seus suplentes. Então, para as eleições deste ano, é bom ficar de olho em quem pode assumir o lugar dos dois eleitos por São Paulo. Ou seja, são 18 candidatos e 36 suplentes para o eleitor paulista buscar informações. Vamos facilitar as coisas e verificar quem são os suplentes dos líderes nas pesquisas de intenção de voto ao Senado por São Paulo.

O vereador Eduardo Suplicy (PT), por exemplo. Aos 77 anos de idade, tenta seu quarto mandato no Senado. Desde 1990, elegeu-se para três mandatos consecutivos, ou 24 anos ininterruptos. Foi derrotado por José Serra ao tentar se reeleger em 2014. Agora, se tudo correr bem e ele confirmar o favoritismo, teria mandato até os 85 anos de idade.

Seu primeiro suplente, para assumir numa eventualidade, é o sindicalista Eduardo Annunciato, o popular Chicão dos Eletricitários (PCdoB). Curioso é que ele não seria escolhido nem mesmo por Suplicy, que declarou preferir a ex-prefeita paulistana Nádia Campeão, também do PCdoB. Mas Chicão foi imposto nas negociações partidárias, a contragosto, tornando-se o nome que pode herdar um mandato de 8 anos como representante do Estado de São Paulo no Senado. Bizarro!

Veja a seguir quem são os candidatos ao Senado por São Paulo com alguma chance de se eleger e seus respectivos suplentes, com link para informações do TSE:

Eduardo Suplicy (PT)

Vereador por São Paulo, tem 77 anos, é economista e professor universitário. Foi senador por 24 anos, deputado estadual e federal, além de secretário de Direitos Humanos de SP na gestão Fernando Haddad (PT).

1º suplente: CHICÃO (PCdoB)

2º suplente: SILVANA DONATTI (PT)


Jilmar Tatto (PT)

Ex-secretário de Transportes em São Paulo nas gestões Marta Suplicy e Fernando Haddad, Jilmar Augustinho Tatto tem 53 anos. Foi deputado estadual e federal por dois mandatos.

1º suplente:: PROFª. MARILANDIA FRAZAO (PT)

2º suplente: DITO (PT)


Major Olímpio (PSL)

Deputado federal, tem 56 anos, e é policial militar. É bacharel em ciências jurídicas e sociais. Foi eleito deputado estadual em 2006 e 2010.

1º suplente: GIORDANO (PSL)

2º suplente: ASTRONAUTA MARCOS PONTES (PSL)


Mara Gabrilli (PSDB)

Deputada federal pelo PSDB, tem 50 anos e é publicitária e psicóloga. Foi secretária da Pessoa com Deficiência da Prefeitura da capital paulista e vereadora na Câmara Municipal. Fundadora do Instituto Mara Gabrilli, ONG que fomenta pesquisas científicas para cura de paralisias.

1º suplente: ALFREDO COTAIT NETO (PSD)

2º suplente: IVANI BOSCOLO (PSD)


Mário Covas (Podemos)

Filho do ex-governador Mario Covas (PSDB), Mário Covas é advogado e foi reeleito vereador nas eleições de 2016. Ele ocupou uma secretaria de governo na Prefeitura de Caraguatatuba, litoral Norte de São Paulo, entre 2010 e 2011. Ex-tucano, ele deixou o PSDB neste ano após divergências internas no partido.

1º suplente: RAUL ABREU (Podemos)

2º suplente: RICARDO CALVET (Podemos)


Maurren Maggi (PSB)

Nascida na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, Maurren Higa Maggi, de 42 anos, tornou-se o maior nome da história do atletismo feminino do Brasil. Medalha de ouro no salto em distância dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, a atleta filiou-se ao PSB em abril de 2018.

1º suplente: PAULO CORREA (PV) (Obs. O candidato renunciou e será substituído)

2º suplente: JOSE BRITO DE FRANÇA (PV)



Tripoli (PSDB)

Deputado federal pelo PSDB por três mandatos consecutivos, Ricardo Tripoli tem 66 anos, é advogado e ambientalista. Tripoli também exerceu os cargos de secretário municipal em São Paulo, vereador, presidente da Assembleia Legislativa, secretário estadual do meio ambiente e líder do PSDB na Câmara dos Deputados.

1º suplente: PASTORA CARLINDA (PRB)

2º suplente: JOÃO JORGE (PSDB)