Tudo porque França afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que os tucanos não valorizam o tamanho e a importância de Geraldo Alckmin, e que o governador é hoje o único nome da legenda com força política para alavancar um candidato à Prefeitura de São Paulo em 2016.
Para azedar de vez o clima, ao criticar o PSDB e fazer suas projeções eleitorais, falou não apenas em nome do PSB, mas também do PPS, do PV e do DEM, que ocupam secretarias no Governo do Estado. Desagradou a todos. Segundo Marcio França, esses partidos apoiarão o candidato do PSDB desde que ele seja escolhido por Alckmin. (Ah, é? Quem disse?)
"Não cabe ao presidente de outro partido fazer qualquer crítica às opiniões que nós temos. Ele não tem o direito de entrar na vida de um partido ao qual não pertence. Marcio França extrapolou. Eu não dou opinião sobre o que acontece no PSB", reclamou o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.
Suspeita-se que o recado de França foi dirigido contra a pré-candidatura a prefeito do vereador Andrea Matarazzo, que teria sido lançada sem o aval de Alckmin, por outras lideranças tucanas como José Serra, Aloysio Nunes, FHC e o próprio Goldman.
"As pessoas do partido têm o direito de dar sua opinião e ter sua opção de candidatura. Ele não tem autoridade moral para dizer o que disse. Se ele pretendeu prestar um serviço ao governador, prestou um desserviço. A entrevista foi um desastre", concluiu Goldman.
O presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, também reagiu: "O Marcio França exagerou. Ele quer se qualificar como o único que gosta do Geraldo Alckmin. É como se ele fosse o único amigo do governador, o que não é verdade".
Eis as declarações que causaram desconforto entre todos os partidos aliados: "Se o PSDB indicar um nome que nós do bloco (DEM, PSB, PV e PPS) não percebermos que seja totalmente afinado ao Alckmin, nós não iremos com essa pessoa. Não temos compromisso com o PSDB, temos com o Geraldo Alckmin."
Além de falar pelos partidos sem ter procuração para tanto, Marcio França errou a mão na crítica. Para o vice, "a escolha do governador é decisiva. Se tudo depende dele, seria mais lógico que a principal opinião fosse a dele". Como não é, ele critica justamente o que seria merecedor de elogio em qualquer partido democrático: "O PSDB é um partido com formato institucional". E não deveria ser? Vai entender...
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